Menos de 24 horas após o seu lançamento no Brasil e o jogo mais querido do momento, o Pokémon Go, já causou transtornos em alguns pontos do país. A vontade de capturar os monstrinhos é tanta, que as pessoas esquecem que estão no mundo real e que em virtude disto não estão imunes aos problemas que nos acometem no dia a dia. Logo, não é porque você está caçando Pokémon que pode se descuidar e entrar em qualquer beco escuro só porque um Dragonit estava dando sopa por ali.

Do mesmo modo, postes e carros não desviarão de você, enquanto você mira o Pikachu no meio da rua e prepara para acertá-lo com a Pokebola. Parece algo banal falar todas estas coisas, mas pode ter certeza, que não é. Isto porque muita gente realmente se distrai enquanto joga o game que mistura a tecnologia da realidade aumentada, trazendo os personagens do desenho que foi sucesso na década de 90 para perto dos jogadores.

A prova disto é que alguns incidentes já aconteceram antes mesmo de completar um dia que o jogo está disponível para usuários Android e iOS. A primeira "vítima" do Pokémon GO foi um jovem de 14 anos que teve o celular roubado enquanto tentava capturar um Pokémon no centro da cidade Vila Velha, no Espírito Santo. Tá, é claro que roubos de aparelhos ocorrem o tempo todo, e não se pode atribuir o crime ao jogo. Mas, o fato é que se antes, em determinados locais ou situações, as pessoas tentavam se prevenir, ao sair pelas ruas tentando capturar os bichinhos, a atenção acaba sendo diminuída, o que facilita para oportunistas que esperam a melhor hora de se aproximar e dar o bote.

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No caso do garoto, ele havia baixado o jogo no início da noite e após capturar seu primeiro Pokémon em casa, saiu para rua para procurar por mais monstrinhos. Nesta sua caminhada com um amigo pelo bairro, ele foi abordado por um criminoso armado e teve que entregar seu iPhone.

Outro caso registrado de assalto aconteceu na Avenida Paulista. Um homem de 32 anos foi abordado por um ladrão que estava de bicicleta. Conforme ele revelou ao site G1, ele já havia capturado 18 Pokémons e se preparava para pegar um Zubat, quando teve o celular roubado.

Acidentes

Já no Paraná, um jovem foi atropelado enquanto tentava capturar um Pokémon. Outros dois caíram em rio e lago em Curitiba. Empolgada com a caça, uma adolescente se arriscou perto do barranco de um rio, quando escorregou e caiu no canal. O outro caso aconteceu em um parque. O adolescente estava tentando capturar mais um Pokémon para sua coleção, quando se distraiu e caiu dentro do lago. Ele foi socorrido por algumas pessoas que estavam próximas ao local. Os três treinadores Pokémons paranaenses passam bem.

Fraudes

Já existem relatos de fraudes envolvendo o jogo no Brasil. Cerca de duas horas após o lançamento do game por aqui, já havia  ginásios com Pokémons muito poderosos, impossíveis de capturar e evoluir com tão pouco tempo de lançamento.

A fraude consiste em emitir um sinal falso de GPS, levando o jogo a entender que o jogador está em outro lugar. Assim, o treinador consegue capturar monstros que estão longe, permitindo o acúmulo de "candies", que são necessários para evoluir os monstrinhos. Essa evolução permite uma vantagem na disputa por ginásios, que exigem o acúmulo de Pokémons mais poderosos.

Internet

Pela internet, não se fala em outra coisa e diversos internautas aproveitam a onda para tirar sarro da situação, como no tweet abaixo, onde um suposto assaltante agradece ao Pokémon Go pelos celulares que conseguiu roubar.

Nomes de bebês

Pais e mães estão dando nomes de pokémons para os seus filhos. Entre os mais usados estão Onix e Eevee. Além disto, virou febre fazer ensaios fotográficos com as crianças vestidas de monstrinhos.

O jogo ainda promete render muitas histórias. Estes foram os primeiros incidentes registrados pelos treinadores de pokémons. Mas, se acontecer novos casos iremos registrar por aqui. Nesta postagem reuniremos todos os acidentes causados pelo jogo. Não vejam isto como algo mórbido ou uma crítica ao game. Por aqui, estamos todos empolgados com a novidade também, só esperando o fim do expediente ou um intervalo para sair a caça dos monstrinhos. O objetivo desta postagem é alertar para os riscos que jogar o game como se não houvesse amanhã, pode trazer.

UPDATE: Outros dois assaltos foram registrados pelos jogadores do Pokémon Go. Um estudante em Gôiania afirma que teve seu celular roubado, quando estava com a namorada e um amigo tentando capturar pokémons. No momento que ficou sozinho com a namorada, um assaltante se aproximou e pediu pelo aparelho e por dinheiro, fugindo em seguida. 

Em Linhares outro jovem foi roubado. Ele chegou a lutar com o assaltante, porém isto não impediu que o seu celular fosse roubado. O ladrão fugiu levando o aparelho , mas deixou alguns pertences no local, contudo, ele não foi encontrado pela Polícia.

Novos casos

[Update 09/08/2016] Infelizmente os acidentes envolvendo o jogo Pokémon Go se tornaram mais sérios e um menino de 9 anos morreu ao tentar capturar um pokémon, no Rio Tramandaí, na cidade de Imbé, no litoral Norte do Rio Grande do Sul. Conforme informações da Polícia, o menino estava com um amigo, quando saiu para caçar os monstrinhos de bolso. A outra criança conseguiu se salvar. 

O corpo do menino foi encontrado na noite desta segunda-feira, 8 de agosto. Conforme a Brigada Militar do Rio Grande do Sul, por volta das 15 horas os dois garotos foram até um terreno baldio, próximo à casa de um deles para pegar um barco de fibra usados por pescadores da região. Eles chegaram a entrar no Rio Tramandaí com o barco, que virou perto da margem. Os meninos caíram na água e um deles desapareceu.

As buscas pela criança iniciaram ainda na tarde desta segunda, mas foram suspensas no início da noite. O corpo foi encontrado por volta das 20 horas por funcionários da Star Norte, que presta serviços para Transpetro, que auxiliaram voluntariamente nas buscas. Conforme o amigo da vítima relatou à Polícia, os dois tinham tentado entrar no rio para caçar pokémons. A investigação do caso será conduzida pela Polícia Civil de Imbé.

Update: A versão dada pela Polícia Militar, com base na conversa que tiveram com o colega da vítima, de que eles estavam caçando pokémons, foi negada pelo pai do colega da vítima. Segundo ele, o menino não tinha celular e o aparelho do filho não é compatível com o jogo. Para ele, os meninos estavam jogando bola, quando decidiram entrar no barco.