Os Estados Unidos estão investigando a Tesla por não ter comunicado aos investidores sobre o primeiro acidente fatal em um carro de tecnologia autônoma antes de efetuar a venda de US$ 2 bilhões em ações, disse o Wall Street Journal, nesta segunda-feira.

De acordo com a reportagem, a Securities and Exchange Commission (SEC), irá avaliar se a Tesla deveria ter revelado o acidente na documentação que preparou para a oferta de papéis.

O acidente ocorreu em 7 de maio deste ano, na Flórida, porém, só foi revelado ao mundo há duas semanas. A própria fabricante revelou o fato em seu site.


Joshua Brown, piloto que faleceu no acidente da Tesla.

 

Conforme uma fonte, ao WSJ, a investigação da SEC está ainda em fase inicial. O órgão preferiu não se manifestar.

A Tesla, no entanto, disse que não recebeu qualquer notificação da SEC. Conforme a montadora, não era necessário informar sobre o acidente, já que não possuía informações suficientes sobre o fato.

A montadora, de acordo com o jornal, soube do acidente após alguns dias do ocorrido, e informou a agência de segurança de transporte dos Estados Unidos (NHTSA) em 16 de maio.

Dois dias após, em 18 de maio, vendeu papéis na bolsa, incluindo 2,8 milhões de ações que eram de Elon Musk, presidente-executivo da companhia. A empresa, no relatório, não teria mencionado o acidente.

Na última quarta-feira (6), a Tesla disse que teve dificuldades para recuperar remotamente as informações em razão do estado do veículo, assim, precisou enviar um representante até a Flórida. As dados teriam terminado de serem analisados somente no final de maio.

A Tesla, somente em 30 de junho, revelou que o sedã que se envolveu no acidente estava no modo "Autopilot", ou seja, um piloto automático limitado. O caso, de acordo com a empresa, já estava sendo analisado pela NHTSA.

Conforme ainda com a Tesla, esta foi a primeira morte em mais de 130 milhões de milhas rodadas com o "Autopilot".