Na segunda-feira (20), a Oi entrou com pedido de recuperação judicial após não conseguir chegar a um acordo com credores nacionais e estrangeiros. Com isso, a empresa pretende iniciar um novo ciclo de negociações, só que desta vez com proteção judicial contra falência.

A empresa conta atualmente com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, o pedido de recuperação da Oi acontece no Rio de Janeiro e, se for aceito, será o maior da história.

A Oi é a maior operadora do Brasil em telefonia fixa, juntamente com a Vivo. Cada qual possui participação de 34,4%. Grande parte da dívida da Oi é financeira, totalizando R$ 50 bilhões. Na conta ainda entram cerca de R$ 14 bilhões em contingências, como multas da Anatel e discussões judiciais, e ainda cerca de R$ 1,5 bilhão para fornecedores.

Cerca de 70% da dívida são em moeda estrangeira, sendo que grande parte vence ainda neste ano. No primeiro trimestre a empresa gastou R$ 8 bilhões do caixa, a maior parte justamente para honrar com os compromissos.

A companhia já havia tentando montar um plano de reestruturação, tendo como proposta aos credores trocar metade da dívida por ações da tele. Já a outra metade seria paga em seis anos com descontos de até 75%.

Porém, o plano não foi bem vindo, já que os atuais acionistas seriam diluídos, assim, a participação acionária diminuiria em até 95%. Com isso, muitos perderiam seus lugares no conselho de administração e até poder de decisões.

Por isso, os sócios portugueses, que estão agrupados na empresa Pharol, que contam com 27% das ações, não aceitaram o plano. Em razão de todos os problemas, o presidente da operadora, Bayard Gontijo, que era o responsável pelas negociações, acabou pedindo demissão. Ele foi substituído por Marcos Schoroeder, diretor financeiro.

Agora, sem tempo de fechar acordo com os seus credores, a Oi optou por se proteger com o pedido de recuperação. A companhia solicitou a decisão em caráter de urgência para que com isso não seja obrigada a pagar as dívidas. A Anatel acompanhará de perto todo o processo que envolve a Oi. Sendo que a empresa continuará funcionando normalmente. Os funcionários também não serão demitidos durante o processo.