O Uber começou a funcionar recentemente em Porto Alegre, e desde então, várias entidades se mostraram contrárias ao serviço. No final da tarde da quinta-feira (26), um fato acabou deixando o motorista do Uber Bráulio Pelegrini Escobar, de 40 anos, bastante machucado. Ele foi espancado por um grupo de taxistas no estacionamento de um supermercado em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

De acordo com Escobar, ele foi sequestrado por dois taxistas que contrataram os seus serviços através do aplicativo. Ele acabou indo parar no supermercado para se defender das ameaças.

"Ele (um dos agressores) se passou por passageiro, me fez circular por várias partes da cidade até me levar ao supermercado, onde houve a agressão. Tentaram me parar em blitz para meu carro ser apreendido. Tentaram me levar para o Campo da Tuca, mas desistiram porque eu comecei a não obedecer mais", disse Escobar. 

Porém, de acordo com testemunhas, ao chegar no estacionamento, o motorista acabou sendo espancado por cerca de 10 minutos  pelos dois homens. As agressões só terminaram após algumas pessoas intervirem. A vítima disse que os taxistas o acusavam de "tirar comida da boca" dos filhos deles, já que ele estava exercendo uma atividade ilegal em Porto Alegre.

Além de tudo, uma pessoa que estava no estacionamento filmou através do celular os agressores depredando o veículo do motorista do Uber. Confira aqui o vídeo.

Defensoria Pública

Nesta sexta-feira (27), a Defensoria Pública de Porto Alegre protocolou uma ação na Justiça do Rio Grande do Sul para a liberação do Uber em Porto Alegre, que está proibido de circular após votação na Câmara de Vereadores. O órgão alega que a Constituição garante a livre atividade de motorista privado, a despeito de leis municipais que não seriam válidas frente à determinação federal.

" Estou embasada na Constituição. Os consumidores têm o direito de escolher. No caso do Uber, é notório que se trata de um serviço mais qualificado e menos oneroso. A atividade não é restrita a um grupo de trabalhadores. Ambos podem coexistir pacificamente", diz a defensora pública Patrícia Kettermann, que ajuizou a ação.

"Os motoristas particulares pagam impostos, sim. O Uber nada mais é do que um aplicativo que aproxima oferta e procura. As pessoas devem continuar podendo trabalhar livremente e o poder público não pode fomentar disputas. Os carros dos motoristas particulares são mais caros, e os taxistas têm isenção de 40% no valor de compra", diz ainda a defensora pública.