Com o crescimento da população mundial ao longo dos anos, e também da disponibilidade de materiais que surgiram, o descarte ilegal de lixo é um dos grandes problemas enfrentados pela humanidade. Além da ilegalidade, claro, os locais destinados para o lixo estão, em boa parte, saturados.

O pior de tudo é que em países menos desenvolvidos, a reciclagem não costuma ser feita de forma contínua e eficaz, o que agrava ainda mais a questão ambiental. O plástico, por exemplo, é um grande vilão, colocando em risco inúmeros ecossistemas. O produto leva centenas de anos para se decompor, e até que isso ocorra, muitos prejuízos ao meio ambiente.

Porém, nem tudo pode estar perdido. Uma equipe de cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, apresentou recentemente um estudo que sugere uma solução, ou seja, uma pequena larva de besouro conhecida como bicho-da-farinha.

De acordo com os pesquisadores, ela é capaz de se alimentar de isopor, ou poliestireno expandido, um plástico não biodegradável. Os cientistas descobriram que tais insetos transformam metade do isopor que consomem em dióxido de carbono e a outra metade em excrementos como fragmentos decompostos.

O grande segredo das larvas está nas bactérias que elas possuem no sistema digestivo, com a capacidade de decompor plástico. Por essa razão, o consumo de tais materiais é inofensivo para elas.

"É um enfoque muito inovador para enfrentar ao enorme problema que representa a contaminação do plástico", explica Anja Malawi Brandon, doutoranda da Universidade de Stanford que participou da pesquisa.

"É preciso pensar de forma inovadora sobre o que fazer com todo o plástico que acaba no meio ambiente. Esse estudo está mudando a percepção de como fazer a gestão de detritos plásticos", disse Brandon à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

Esta pode ser uma arma bastante eficaz em um futuro próximo, para que os homens consigam diminuir a grande quantidade de materiais em plástico espalhados no mundo todo.