O maior IPO (Initial Publico Offering) de uma empresa de internet nos EUA foi do Facebook, negociado pela bolsa de valores de New York. Foi uma arrecadação recorde, com US$ 16 bilhões na oferta. Neste momento as ações valiam US$ 38 cada uma e a companhia avaliada em US$ 104 bilhões.

O Facebook hoje é considerado pelos marketeiros como uma mídia e não mais uma rede social, com cerca de 1 bilhão de pessoas conectadas há uma grande chance de correr bem um negócio pela rede social. Diversas marcas o usam para divulgar produtos, criar eventos de lançamentos e é claro anunciar produtos. Empresas investem milhares de reais para criar uma fanpage que acumule um bom número de usuários "curtidos".

O vilão

O Facebook foi um grande vilão na história de marcas usando sua rede. Quando uma empresa cria uma fanpage, começa a aumentar o seu público e consequentemente seu retorno da rede. Chega ao ponto de ter 25 mil fãs, aí você pensa: Bom, se eu lançar uma publicação na fanpage, vou atingir todo este meu público, se ele retornar em 20% de cliques será uma ótima conversão. Até aí tudo bem, porém, depois da IPO, o Facebook mudou sua forma de exibir as publicações das fanpages. Leia com atenção: Quando o IPO surgiu, as publicações das fanpages passaram a atingir somente 5% (cinco) do público já construído, ou seja, ao invés de sua página atingir os 25 mil fãs, que a empresa deve ter batalhado para conseguir, irá atingir somente 1250 pessoas na média. Quer atingir 100%? Pague!

A indignação total das empresas foi um dos motivos para a desistência de investir abusivamente na rede social. Se minhas divulgações não atingem 100% do meu público que batalhei para conseguir, por que devo eu investir dinheiro para conseguir mais fãs? Porém, pense que você não é obrigado a pagar, o que não apresenta ser uma extorsão de dinheiro, é o livre capitalismo sendo praticado. 

O problema foi que além de páginas, os usuários e perfis comuns tiveram esta queda também, ou seja, você jamais vai atingir sua publicação para o total de pessoas que é amigo, mesmo que estes sejam realmente seus amigos. Você como pessoa, também deve pagar para conseguir atingir os 100%, isto mesmo, pessoa também paga!

A queda

Apesar de todo o alvoroço que se criou com as vendas de ações da rede social, não foi um sucesso, dos 14 primeiros pregões eletrônicos, 9 deles fecharam em queda. Após sucessivas quedas, o Wall Street Journal chegou a chamar o IPO do Facebook de fiasco. 

Em 1 de junho, o valor dos papéis do Facebook atingiam o valor de US$ 27,72, uma queda de 27% em relação a abertura das ações. Depois de alguns dias, houve uma leve recuperação, quando as ações atingiram o valor de US$ 30. Em setembro, foi o ápice do abismo, onde a queda chegou a 50% do valor inicial, custando US$ 17,55. Até hoje os papéis nunca chegaram a se aproximar do valor inicial. 

Contudo, persistem os temores em relação a rede social, já que muitos analistas temem que a rede saia da moda, para dar lugar a outras plataformas como o Twitter.

Relevância da rede

Já os receosos com o futuro da companhia enxergam problemas no crescimento do número de usuários e a possibilidade de a rede perder relevância. O empresário Rupert Murdoch publicou em sua conta no Twitter nesta semana uma crítica ao Facebook. Ele diz que a quantidade de horas que os usuários gastam na rede social tem caído de forma preocupante e que o Facebook poderia se tornar o próximo MySpace, rede comprada pelo conglomerado de mídia de Murdoch em 2005. O MySpace chegou a ter 230 milhões de usuários pelo mundo, mas perdeu relevância ao longo do tempo, o que resultou em prejuízo para Murdoch.

A mudança principal foi esta, que agora as marcas devem pagar para atingir os 100% do público criado por elas próprias, afinal, alguém tem que pagar a conta!