Enquanto o Brasil estuda como disponibilizar a cobertura 5G em todos os cantos do país, o mundo já se prepara para a criação do 6G. Ou seja, apesar das redes 5G ainda nem estarem totalmente desenvolvidas, as empresas de telecomunicação já avistam o futuro da nova rede móvel. Diante disso, preparamos este artigo, com todos os detalhes sobre o que podemos esperar do 6G.

Já existe a rede móvel de internet 6G?

Em suma, a sexta geração da tecnologia de internet sem fio ainda não existe. E a rede 6G será a evolução do 4G e 5G. Entretanto, o 6G se baseia na infraestrutura renovada e na capacidade avançada que atualmente sendo estabelecida nas redes 5G de ondas milimétricas.

Ao usar as bandas de rádio de maior frequência, o 6G vai dar às redes velocidades muito mais rápidas e latência mais baixa. Esse conjunto de fatores é capaz de suportar dispositivos móveis sofisticados e sistemas, como carros automatizados.

Novos padrões de comunicação sem fio surgem a cada década, e espera-se que o 6G entre em jogo por volta de 2030. A razão pela qual alguns especialistas estão pesquisando e falando sobre o 6G agora, no entanto, é porque grandes mudanças estão em andamento para a tecnologia da internet em geral.

Os consumidores estão usando mais dispositivos e consumindo dados da internet a taxas recordes, incorporando o Wi-Fi em praticamente todos os aspectos da vida cotidiana. E as empresas de internet sem fio estão correndo atrás para competir com os provedores tradicionais de internet banda larga, na esperança de atender à crescente demanda com redes celulares robustas e flexíveis.

Comparação entre o 4G, 5G e 6G

Rede Velocidades Dispositivos suportados
4G Aproximadamente 33,88 Mbps Celulares, tablets, hotspots
5G 40-1.100 Mbps Celulares, tablets, hotspots, infraestrutura pública, carros automatizados
6G Até 1 Tbps (1.000.000 Mbps) Carros automatizados, celulares, implantes Wi-Fi

Os maiores provedores de serviços celulares do mundo passaram a lançar o 5G em 2018 e 2019. As velocidades atuais do 5G variam entre 40 e 1.100 Mbps, dependendo do tipo de rede 5G.

Ao aproveitar tecnologia como espectro de ondas milimétricas e formação de feixes, especialistas estimam que o 5G poderia eventualmente atingir velocidades máximas de até 10.000 Mbps.

A tecnologia de internet móvel que temos hoje é baseada principalmente no 4G, um padrão sem fio que foi lançado no final de 2009. O 4G aumentou radicalmente as velocidades de dados em nossos smartphones, permitindo que os usuários fizessem atividades online, como assistir a um vídeo em qualidade HD e jogar videogames tranquilamente.

Possivelmente, quando chegarmos a velocidades de 10.000 Mbps (10 Gbps), as empresas sem fio já estarão lançando o 6G. O que está claro é que o 6G será muito mais do que uma mera velocidade de internet.

Como será a internet móvel 6G?

É difícil dizer como será o 6G — afinal, ele ainda não existe. Mas em entrevistas à mídia e artigos de pesquisa, empresas do ramo e acadêmicos descrevem o 6G como um sistema totalmente integrado, baseado na internet.

Em suma, ele deve permitir comunicações instantâneas entre consumidores, dispositivos, veículos e o ambiente ao redor. Abaixo, confira um breve resumo do que os especialistas estão falando sobre como deve funcionar o 6G.

Velocidades de 1 Tbps

Alguns especialistas acreditam que as redes 6G poderiam um dia permitir que você atinja velocidades máximas de um terabit por segundo (Tbps) em um dispositivo com internet móvel.

Isso é mil vezes mais rápido que 1 Gbps - a velocidade mais rápida disponível na maioria das redes de internet domésticas atualmente. É 100 vezes mais rápido que os 10 Gbps, a hipotética velocidade máxima do 5G. Então, como você deve imaginar, ainda estamos muito longe de alcançar essas velocidades.

Porém, os pesquisadores prevêem que o 6G vai dar ênfase em largura de banda e confiabilidade extremamente altas. No 6G, a internet será instantaneamente e continuamente acessível no dia a dia de muitas pessoas.

Ondas de Terahertz

Em 2019, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) abriu as portas para um potencial futuro 6G, permitindo que as empresas começassem a experimentar o que está sendo chamado de "ondas terahertz" ou "ondas submillimétricas". São bandas de rádio que caem no espectro de 95GHz a 3THz (terahertz).

As ondas de terahertz vêm em uma frequência maior do que as ondas milimétricas. Essas, atualmente estão sendo apontadas como uma espécie de solução para as limitações de congestionamento de rede e largura de banda.

Versões avançadas do 5G dependem de bandas de ondas milimétricas para transportar grandes quantidades de dados a velocidades ultrarrápidas, com tempo mínimo de resposta, tornando teoricamente possível desenvolver coisas como carros automatizados e cirurgias remotas.

Inteligência artificial e edge computing

Carros e drones automatizados, fábricas por controle remoto e outros usos da inteligência artificial (IA) têm sido muito debatidos em meio a propagação das redes 5G. E a espectativa é que o 6G torne essas tecnologias ainda mais viáveis — alguns especialistas acham que a inteligência artificial será necessária para manter tudo coordenado e funcionando sem problemas.

Razvan-Andrei Stoica e Giuseppe Abreu, dois pesquisadores da Universidade Jacobs em Bremen, Alemanha, acreditam que o 6G pode contar com a "IA colaborativa". Dessa forma, a rede móvel de altíssima velocidade pode ajudar carros autônomos a se comunicarem entre si, acompanhar tráfego e determinar as melhores rotas para um destino.

Faz parte de uma tendência emergente chamada "edge computing", que afasta o gerenciamento de rede de nuvens centralizadas para dispositivos mais localizados. E assim, faz tudo funcionar de forma mais suave, além de reduzir os tempos de resposta.

Por fim, Roberto Saracco, do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), sugeriu que a IA e o edge computing poderiam ajudar os próprios dispositivos a se tornarem antenas de rede. Dessa forma, eles poderiam manter a conexão Wi-Fi muito mais fluída.

Tecnologias imersivas

Espera-se que a realidade virtual possa desempenhar um grande papel no 5G. Mas isso é só o começo. Nos anos seguintes à era 6G, alguns especialistas imaginam o surgimento de tecnologias ainda mais imersivas. Tais como as superfícies celulares, implantes conectados e "interfaces cérebro-computador sem fio".

Walid Saad, membro do corpo docente da Virginia Tech e principal autor de um documento oficial em julho de 2019 sobre o 6G, prevê que os smartphones eventualmente cairão no esquecimento em favor de wearables inteligentes, fones de ouvido e implantes "que podem tirar entradas sensoriais diretas dos sentidos humanos".

Por fim, a empresa japonesa de telefonia móvel NTT DoCoMo prevê uma fusão completa da vida física com o ciberespaço: "Para os seres humanos, será possível para o ciberespaço apoiar o pensamento e a ação humanos em tempo real através de dispositivos vestíveis e micro a dispositivos montados no corpo humano."