Olá pessoal, eu fiquei feliz com o resultado do último artigo (leia aqui), a receptividade está sendo bem legal. Agradeço muito pelos elogios!

E como recebi feedbacks dos leitores com dúvidas sobre amplificação, decidi fazer um artigo extra para esclarecer melhor alguns pontos acerca do assunto.

As dúvidas foram às seguintes:

Como saber se o fone que tenho precisa de amplificação?

Uma das coisas que se deve tentar analisar é a questão da impedância do fone e da sensibilidade. Isso se pode conseguir olhando nas especificações do fone e também em reviews (análises) onde alguns deles têm a seção "Matchability" que fala sobre a facilidade do fone em ser empurrado justamente analisando a impedância (Impedance), sensibilidade (sensitivity) e até a sinergia (Synergy) com o equipamento.


A impedância é medida em Ohms. Quanto maior a impedância de um fone, maior será a resistência para o sinal elétrico analógico para passar através do cabo até chegar no driver do fone.

A sensibilidade é medida em decibéis. Quanto maior a sensibilidade, mais facilmente o driver do fone vai responder ao estímulo elétrico.

A sinergia tem a ver com a combinação do comportamento sonoro do fone de ouvido em questão combinado com o comportamento sonoro do amp utilizado. A sinergia consiste no resultado dessa combinação que pode ser positivo ou negativo para o usuário do fone, tudo isso irá depender do gosto da pessoa.

Para que o fone toque bem e consiga chegar a um "desempenho satisfatório", ele tem um nível de exigência, que pode ser pequeno se a impedância possuir um nível baixo e a sensibilidade alta. Nesse caso não é "obrigatório" um amplificador dedicado para esse tipo de fone. Mas há fones que possuem uma necessidade maior para tocarem de forma satisfatória. Pois possuem uma impedância alta e uma sensibilidade mais baixa. Nesse caso é ideal que se use um amplificador dedicado.

O "empurrar" o fone de ouvido é isso, a necessidade ou não de amplificação dedicada, é a facilidade com que se consegue fazer o fone tocar bem.

Cada amplificador possui uma influência diferente no som?

Sim, cada amplificador possui uma sonoridade diferente. Uns podem ter um som V-shape (mais graves e agudos com os médios recuados), outros podem ter um som Bright (som com graves e médios neutros mas os agudos para frente), outros um som Dark (com agudos recuados), outros Warm (com ênfase nos graves e nos médios com agudos neutros), outros Mid-Forward ( Graves e agudos neutros com médios para frente) ou até chegando a um som Neutro (graves, médios e agudos equilibrados).

Como cada amplificador tem um comportamento, independente de sua tecnologia. Não necessariamente um amp valvulado irá ter um som warm/quente e não obrigatoriamente um amp Solid State terá um som frio, existem casos opostos onde um amp SS pode ter uma sonoridade quente ou um amp valvulado ter uma sonoridade fria.

Consequentemente, como a sonoridade de cada amp pode ter um comportamento diferente, deve-se sempre tentar analisar através de testes pela própria pessoa ou através de análises na internet se o amplificador possui características que complementam a sonoridade do fone ou diminui alguma característica do som indesejada.

É realmente necessário usar um dac/amp externo juntos?

Não necessariamente, você pode utilizar a line out da placa onboard de som da placa mãe/motherboard (placa de som integrada à placa, soldada a ela) para conectar um amplificador utilizando um cabo P2 para RCA. A line out serve para conectar fones e caixas de som com uma potência de saída fixa (geralmente baixa), permitindo que você controle o volume através de um amplificador dedicado ou uma caixa de som ativa (que possui um amplificador interno). Nesse caso você irá utilizar o DAC da placa de som onboard e o amplificador externo (dedicado) para conseguir um resultado melhor no som do fone de ouvido.


A vantagem de um DAC externo ligado ao desktop ou notebook é um som mais limpo, sem ruído de fundo, com melhor separação dos sons e melhor definição. Isso levando em conta que você estará usando uma placa onboard de som, se for uma placa offboard (ligada através da PCI Express¹), você geralmente terá um DAC de melhor qualidade.

PCI Express: é um barramento ponto a ponto, onde cada periférico possui um canal exclusivo.

Para que serve a entrada USB, a saída óptica, a saída P2 e a line out?

Line out

Entrada USB: Quando você conecta um DAC/amp ou um DAP (Digital Audio Player) com função DAC a entrada USB em um desktop ou notebook, você vai desabilitar a placa de som do aparelho para usar somente o DAC externo que você conectou.

Line out: Através dela você consegue utilizar o DAC do aparelho (notebook, desktop ou player portátil) e utilizar um amplificador externo. Com a line out você consegue controlar o volume através do amp, pois a line out fixa uma potência de saída para deixar o controle no amp externo.

Line out

Saída óptica: Através dela você consegue desabilitar tanto o DAC quanto o amp do desktop, notebook ou player portátil e utilizar eles somente de fonte (leitura dos arquivos de música). Assim você consegue utilizar um DAC/amp externo para processar todo o som (da conversão de sinal a amplificação de sinal)

Saída P2

Saída P2 (3.5mm): Através dela só é possível amplificar o sinal. Porém você não irá desabilitar a amplificação interna do aparelho que você está utilizando causando uma dupla amplificação de sinal ao conectar um amp ou um DAC/amp ao aparelho.

Observação: Quando você conecta um DAC/amp a saída P2, você estará somente utilizando o amplificador, o DAC ficará inutilizado.

Esse artigo é feito em parceria com o Grupo Fones de Ouvido High-End: