O Cougar Vantar é um teclado RGB de membrana, que foi lançado pela marca já há algum tempo. Ele agradou bastante muita gente por muitos aspectos, principalmente na questão visual e também por conter um design que chamamos Low-Profile, que é usado com teclados que tem uma altura baixa, normalmente por usar keycaps bem finas e planas, sem curvatura.

E assim, a marca resolveu lançar a versão mecânica, chamada de Vantar MX e que vem equipada com switches da própria Cougar: Red, Blue, Brown e Black. Nosso modelo veio com os switches Red, que tem peso um pouco maior do que os Cherry Red, e venho utilizando nos últimos dois meses, desde que o teclado chegou em nossas mãos.

Construção Externa e Design

Como de costume, começamos analisando a parte exterior do teclado, a começar pela sua estrutura. A placa superior é feita de alumínio e tem acabamento escovado em sua parte superior, enquanto que os chanfros são cromados e bem acabados, não há nenhum tipo de ponta. Por causa dessa chapa de alumínio, o teclado se mostra rígido e quase não dobra, mesmo aplicando bastante força.

Placa superior com chanfros cromados
Placa superior com chanfros cromados

As suas laterais e parte inferior são de plástico ABS fosco, o seu acabamento segue o nível da placa de alumínio superior, onde não há pontas nem farpas aparentes. Aproveitando, a parte debaixo conta com 4 pés de borracha de fixação, assim como 2 extras no mecanismo de elevação do teclado.

Noto que este é o primeiro teclado mecânico que me sinto mais confortável em usá-lo reto na mesa do que com a traseira levantada, a posição das teclas realmente lembra bastante a de um teclado de notebook, e por terem uma altura um pouco menor, diminuem a altura total do teclado.

Vantar MX
Vantar MX

Falando em keycaps, temos uma fonte mais puxada para o lado gamer que pode agradar ou não, vai depender do seu gosto. Elas utilizam o método Laser-Cut para fazer os caracteres, removendo a tinta onde o caractere fica, e assim possibilitando que a iluminação passe pelo meio da keycap.

Fonte do teclado
Fonte do teclado

Porém, não posso deixar de notar que no método utilizado neste teclado, além de não ser o Double-Shot / Dye-Sub, que são os mais duradouros, parte da tinta "escapou" para a parte inferior da tecla, diminuindo a efetividade da iluminação do teclado. Abaixo vou deixar uma imagem comparando a iluminação com keycaps que não tem vazamento da tinta para a parte inferior.

Esquerda Vantar MX - Direita Phantom Elite
Esquerda Vantar MX - Direita Phantom Elite

Aqui é um ponto que critico a Cougar, Keycaps Double-Shot já fizeram seu caminho ao mercado Mainstream de teclados, e mesmo havendo vários modelos de baixa qualidade ainda é melhor que o que temos aqui.

Vantar MX na esquerda - Phantom Elite na direita
Vantar MX na esquerda - Phantom Elite na direita

O cabo do teclado tem 1.5 metros de comprimento, o que é uma medida que considero um pouco curta, acho o ideal entre 1.8 e 2m, mas há quem goste. O cabo é mais grosso do que o normal, o que você percebe logo que tenta posicioná-lo em cima da mesa, pois o cabo sempre tenta voltar a posição original da caixa, mas não considero isso um ponto ruim, pois dificilmente você mexe na posição do teclado.

Cabo é mais do mesmo
Cabo é mais do mesmo

Agora vamos falar sobre um dos seus pontos chaves de venda: ser Low-Profile.

O Vantar MX é mesmo um teclado Low-Profile ou ele só tenta se passar por um, como muitas outras fabricantes fazem? Vamos compará-lo diretamente com o HyperX Alloy Elite, Tecware Phantom Elite e o novo Redragon Brahma Pro, todos teclados Full-Size que não tentam ser "Low-Profile".

Tecware Phantom Elite na esquerda - Cougar Vantar MX na direita
Tecware Phantom Elite na esquerda - Cougar Vantar MX na direita

A imagem acima ajuda bastante a ver as dimensões do Vantar MX e se sua real altura o mantém na parte dos teclados baixinhos, e se comparado com os dois modelos citados acima, ele leva a coroa pro teclado mais baixo, e não só isso como ele também é o que ocupa menos espaço em cima de sua mesa, afinal suas bordas laterais são bem finas, e isso ajuda ainda mais na percepção de um teclado baixo.

Uma imagem de cima ajuda a confirmar o pouco espaço que o mesmo ocupa em cima da mesa, e isso é muito útil. Logo abaixo vocês poderão ver melhor como que a Cougar conseguiu fazer com com que ele tivesse suas dimensões um pouco menores.

Suas bordas finas ajudam em um menor espaço ocupado
Suas bordas finas ajudam em um menor espaço ocupado

De construção Externa é isso, removendo o fator de keycaps, que podem ser trocadas por outras a qualquer momento por terem tamanho e espaçamento padrão, ele conta com bons materiais e não tem problemas, afinal após 2 meses ele ainda parece igual novo.

Switches

Aqui temos um ponto um pouco controverso no mundo de teclados mecânicos, os switches proprietários que se tornam cada vez mais comuns, com a Cougar e HyperX já utilizando-os. Já conhecendo e havendo testados vários switches (Gateron, Kailh, Outemu, TTC, Cherry, Topre), confesso que fui meio cético no começo, ainda mais que muitas informações não estavam disponíveis na primeira vez que tive contato com estes switches.

Cougar Switch-M
Cougar Switch-M

Mas, felizmente a Cougar escutou o nosso feedback, e agora podemos falar um pouco mais sobre os mesmos. Como falei antes, encontramos o modelo Cougar Switch-M Red em nosso exemplar do Vantar MX, ele tem força de ativação de 45g, travel linear de 3.5mm com ativação em 1.8mm, durando cerca de 50 milhões de clicks e tem dimensões reduzidas em comparação ao modelo normal, com case de 5.2mm de altura (vs 6.2mm) e travel 0.5mm menor (3.5mm vs 4mm), o que ajuda a manter o aspecto Low-Profile do teclado.

Outemu Blue esquerda - Cougar Switch-M direita
Outemu Blue esquerda - Cougar Switch-M direita

Sobre conforto, barulho e velocidade de digitação eu não tive problema nenhum, e me sinto como se estivesse a utilizar um switch Cherry Brown mas sem o bump no meio, já que seu peso de ativação é sem dúvidas maior do que o Cherry Red, digo com certeza pois temos um HyperX Alloy Elite com Cherry Red para comparar.

A diferença de altura só é percebida quando colocamos dois modelos diferentes lado a lado, afinal é muito difícil de ver 1.5mm de diferença sem algo para comparar ao lado.

Sobre durabilidade dos supostos 50 milhões de clicks é difícil comentar com precisão, não temos uma máquina que testa clicks, porém posso dizer que o mesmo passou pelo teste de 2 meses diretos 8 horas por dia sem dificuldades. Também podemos ver que não há wobble anormal ou keycaps desalinhadas, o que já dá boas impressões do switch.

Tudo perfeitamente alinhado
Tudo perfeitamente alinhado

A case é transparente na parte superior, ajudando a bloquear menos luz vinda dos LEDs, que são soldados diretamente na PCB do mesmo. O switch não contém proteção contra líquidos ou respingos, então não derramar líquidos sobre teclado é bem importante para o funcionamento do mesmo.

E encerrando este segmento do review, deixo um curto vídeo de digitação no teclado, para que assim vocês possam ver e ouvir a atuação do mesmo durante o uso.

video

Construção Interna

Agora vamos adentrar o teclado e ver como ele é feito por dentro, afinal aqui é um ponto crítico e que ajuda a definir se o produto irá durar muito ou pouco tempo. No caso do Vantar MX, temos que tirar as keycaps para acessar os parafusos localizados na parte superior do teclado. São 15 parafusos no total, todos localizados na parte superior do teclado, o que significa que você não perde a garantia ao abrir o teclado.

Agora que já removemos todos os parafusos, vamos começar a análise interna do periférico.

Como de costume, a primeira coisa que vemos é se há algum cabo conectado entre a PCB e o restante da carcaça, e é o que confirmamos. O cabo USB fica acoplado a carcaça inferior, então basta tirar o Plug da PCB que você poderá manusear ambas as partes separadamente.

Vamos então falar das soldas, que não apresentam nenhum problema aparente. Após examinar todas elas, vimos que não há nenhum caso que foi necessário ser retocado, também não temos demais ou de menos, todas aparentam estar na medida e pelo jeito vão durar bastante tempo.

A sua controladora é bem conhecida por reviewers de teclados e está presente em modelos como o Redragon Kumara, o modelo se trata de uma BYK816, que como descobrimos antes mesmo de abrir o teclado, suporta efeitos mais complexos do que os padrões de "Breathing" e "Rainbow". Tudo que ela oferece será discutido melhor na parte de Software desta análise.

A rigidez do teclado vem completamente de sua placa de alumínio, a base em plástico tem bastante contorção, e não é necessário fazer muita força inclusive para quebrá-la. Mas, como falei, isso acaba por não importar tanto, pois a chapa de alumínio consegue manter a estrutura do mesmo.

Em geral, a estrutura interna do Vantar MX é boa, não há nenhum tipo de problema aparente, e se caso algo falhar, provavelmente não será por culpa de sua construção interna, mas sim outro motivo - imagino que as Keycaps sejam a primeira parte do teclado a apresentar algum desgaste.

Como de costume em nossas análises, deixamos uma galeria de fotos mostrando todas as partes internas do teclado, são poucas fotos pois não há muito para mostrar, ele é simples e funcional.

Iluminação

A marca normalmente vai muito bem neste aspecto, vide os reviews do Minos XT e do Surpassion ST que receberam vários elogios por nossa parte neste aspecto. Será que o Vantar MX vai bem também?

Bom, mal sem dúvidas ele não vai. Em comparação ao Redragon Brahma Pro RGB, o Vantar MX tem iluminação muito mais definida e as cores dos LEDs são bem mais aparentes. Eu utilizo o teclado em uma área extremamente bem iluminada, logo ao lado a uma grande janela nem cortina e com luzes logo acima de mim e ainda assim consigo distinguir todas as cores que o teclado exibe, o que não é o caso do Brahma.

Iluminação é vista durante o dia também
Iluminação é vista durante o dia também

Mas o que me faz não chamar a iluminação de excelente são na verdade as keycaps e a grande quantidade de tinta na parte inferior bloqueia a luz dos leds, fazendo com que eles percam eficiência e deixem de serem tão brilhosos quanto poderiam. No final, a "crítica" que tenho a iluminação não é nela em si, mas sim na peça que afeta diretamente.

Esquerda Vantar MX - Direita Phantom Elite
Esquerda Vantar MX - Direita Phantom Elite

Você pode controlar o brilho e alguns efeitos no teclado, utilizando a combinação FN + Insert você intercala entre os efeitos, FN + Delete intercala entre as cores e está disponível somente em alguns modos, e FN + Arrow Up/Down aumenta e diminuem o brilho dos LEDs.

LED posicionado logo acima do switch
LED posicionado logo acima do switch

E é isso, não há nenhum recurso que inova no teclado, ele é simples e vai satisfazer a grande maioria das pessoas que comprá-lo.

Software

O Vantar MX conta com Software dedicado ao mesmo, e você pode baixá-lo diretamente no site da Cougar através deste link.

O programa feito para utilizarmos em conjunto com o teclado é extremamente simples, e só há duas abas de modificações: Iluminação e atribuição de teclas, e dentro das abas também há poucas opções.

Interface do Cougar UIX Vantar MX
Interface do Cougar UIX Vantar MX

Vou primeiramente falar sobre a aba de iluminação, que conta com 15 efeitos diferentes que muitos de vocês provavelmente já conhecem. Na imagem abaixo deixo a lista dos efeitos presentes no software, alguns com ajuste de cores específicos, outros com ajuste de velocidade. Ressalto que não há nenhum efeito onde você possa controlar a cor de cada tecla separadamente, então não é possível fazer a bandeira do Brasil no Vantar MX, por exemplo.

Efeitos estão todos presentes na lista
Efeitos estão todos presentes na lista

Na aba de atribuição de teclas é possível escolher cada tecla individualmente, você pode atribuir uma função de mídia, um macro ou uma outra tecla específica. Sobre macros, você também tem um pequeno menu de criação de macros na mesma aba, onde você pode criar um novo macro com teclas e funções do teclado. O mesmo não rastreia movimentos do mouse nem registra clicks, somente pressionamentos no próprio teclado.

Criar macros é possíveis
Criar macros é possíveis

Como falei antes, o software é bem simples e cumpre funções básicas, mas gostaria de ter visto mais opções disponíveis no mesmo, como poder alterar o tempo de resposta do teclado, controlar a cor da iluminação de cada tecla separadamente, criação de efeitos específicos, visualização de áudio, dentre outras funções que grande parte de sua competição já apresenta.

Conclusão

Durante toda a nossa análise do Cougar Vantar MX, ele se mostrou um teclado simples mas que cumpre o que promete, a marca não tenta criar falsas expectativas sobre o modelo e ele acaba por ser bem feito, sem exageros ou funcionalidades desnecessárias sendo adicionadas ao produto.

Ele é perfeito? Não, nenhum produto é. As suas keycaps são o ponto fraco dele, e disso não há dúvidas. Além delas contarem com a impressão a laser, que desgasta facilmente e pode tornar os caracteres das mesmas impossíveis de serem lidos por causa do desgaste.

Cougar Vantar MX
Cougar Vantar MX

Outra coisa que o teclado pode receber são algumas atualizações de Software, ponto que pode ser feito a qualquer momento, vai depender da vontade da Cougar de melhorar o programa disponibilizado, o que acredito que aconteça com o passar do tempo. De resto, o Vantar MX se mostra um teclado decente e que provavelmente não apresentará problemas.

O modelo ainda não foi oficialmente lançado aqui no país, então ainda não há disponibilidade do modelo em nenhuma loja, mas ele deve chegar nas próximas semanas. Segundo a própria Cougar, que foi quem nos forneceu o teclado, seu preço vai ser de menos de R$300, o que o coloca em uma boa posição, não sendo muito caro.

Outro ponto importante de se considerar é que o Vantar MX é o único teclado Low-Profile em mercado brasileiro que custa menos de R$300, então se seu limite é este e você está procurando um modelo deste tipo, essa é sua opção. Caso você não queira este tipo de perfil, pode olhar em opções como o Pichau P631K RGB e o Motospeed CK99 LK Optical, que são duas opções muito boas pelo preço.