Os esports voltaram a gerar polêmica com a velha discussão já conhecida pela indústria de games. Desta vez, foi Ana Moser, a atual ministra do Esporte que trouxe para a mídia um velho debate, afirmando não considerar esportes eletrônicos como um esporte de fato, além de revelar enxergar as competições eletrônicas como algo que faz parte da indústria do entretenimento, assim como a música.

Ministra do Esporte explica seu posicionamento sobre esports

Em entrevista concedida ao UOL, a ministra Ana Moser fez questão de deixar bem claro seu posicionamento quanto aos esports. Para a ministra, os esportes eletrônicos são previsíveis e programados, o que os diferencia do esporte. Ana Moser ainda comparou atletas de esports com artistas.

A meu ver, o esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. Então, você se diverte jogando videogame, você se divertiu. "Ah, mas o pessoal treina para fazer". Treina, assim como o artista. Eu falei esses dias, assim como a Ivete Sangalo também treina para dar show e ela não é atleta da música. Ela é simplesmente uma artista que trabalha com entretenimento. O jogo eletrônico não é imprevisível. Ele é desenhado por uma programação digital, cibernética. É uma programação, ela é fechada, ela não é aberta, como o esporte

Sem investimento para esports

Para tornar a polêmica ainda maior, Ana Moser se mostrou totalmente contrária a ideia do Ministério do Esporte realizar com qualquer investimento com relação aos esports. A ministra inclusive recordou que a ONG "Atletas pelo Brasil" lutou para que o esporte eletrônico não pudesse ser incluído no conceito de esporte. Ana Moser definiu como um "risco" a possibilidade de investimento nos cenários competitivos eletrônicos, e continuará trabalhando para evitar que se torne realidade.

A questão do esporte eletrônico a nível federal ainda não é uma realidade. Não tenho essa intenção [de realizar invesitmento]. No meu entendimento, não é esporte. A gente lutou, no ano passado, eu na minha vida pregressa, a frente da Atletas pelo Brasil, a gente fez uma ação muito forte junto ao Legislativo para o texto da Lei Geral não ser aberto o suficiente para poder ter o encaixe dos esportes eletrônicos. O texto está lá protegendo o esporte raiz. Na definição de esporte, tinha sido dado uma abertura que poderia incluir esporte eletrônico, e a gente fechou essa definição para não correr esse risco. Lógico, risco sempre acontece, e é um trabalho constante.