Desde que começou uma invasão na Ucrânia, a Rússia vem sofrendo diversas sanções econômicas. E se engana quem pensa que estas tem sido aplicadas somente por países e organizações internacionais.

Em suma, o setor privado também tem condenado a atitude da Rússia, e com isso, fazendo retaliações contra o país russo. As grandes multinacionais ocidentais de vários setores fecharam as suas operações locais.

Ou seja, suspenderam as negociações com as companhias russas, bem como anunciaram a retirada de investimentos diretos no país. Exemplo disso, são as empresas como a Shell e BP, que abandonaram os negócios bilionários na Rússia, enquanto que a Volvo, Apple e gigantes dos transportes, como MSC e Maersk, suspenderam as suas remessas.

A partir disso, o governo de Vladimir Putin baixou, na última terça-feira (01), um decreto que proibe os estrangeiros de vender os ativos russos, com a intenção de ganhar tempo e dificultar a saída dos investidores. Também existem argumentos às empresas de forma a justificar a permanência na Rússia.

A saída das empresas coloca ainda mais pressão no caldeirão econômico da Rússia. Inclusive, as sanções que o país sofrem tem derrubado o rublo para mínimos recordes. E isso, obrigou o Banco Central a dobrar a sua taxa de juros. Diante disso, confira abaixo, a lista de empresas que não trabalham mais com a Rússia.

Empresas que cortaram negócios com a Rússia

Abaixo, confira a lista de cada empresa que encerrou os seus negócios com a Rússia. As companhias estão divididas por segmento.

FINANÇAS

HSBC

O banco britânico HSBC disse que está em processo de encerramento das relações com uma série de instituições russas. Dentre elas, é possível citar o VTB, um dos alvos de sanções.

Visa e Mastercard

Em suma, as empresas de cartões de pagamento americanas bloquearam várias instituições financeiras russas de sua rede. A intenção, é cumprir as sanções aplicadas pelo Ocidente. Os embargos do governo americano pedem, por exemplo, que a Visa acabe com o acesso à sua rede para as entidades que compõe a lista de exclusão.

McKinsey

O chefe da consultoria internacional McKinsey, Bob Sternfel, afirmou que a companhia não vai atender nenhuma empresa governamental da Rússia. Ademais, outras consultorias globais estão considerando as medidas. O BCG disse que avalia o seu portfólio de trabalho no país. Já a Bain diz que está revendo as suas operações na Rússia.

TECNOLOGIA

Apple

Nesta semana empresa mais valiosa do mundo se juntou às outras multinacionais, e encerrou a venda dos seus produtos na Rússia. Já na semana passada, a companhia suspendou as exportações no canal de vendas que possui na Rússia.

Além disso, a companhia desativou a atualização de tráfego dos seus mapas na Ucrânia, de forma a não se tornar um risco para os civis, por destacar as áreas lotadas.

Ericson

Em suma, a companhia sueca de equipamentos de telecomunicações encerrou as entregas para a Rússia. O objetivo é avaliar como as sanções do Ocidente podem prejudicar os seus negócios.

Nokia

A companhia disse que vai interromper as remessas ao país. O objeto é se alinhar aos embargos econômicos impostos a Moscou.

Meta

A Meta disse que vai restringir o acesso aos meios de comunicação estatais russos RT e Sputnik em suas plataformas na União Europeia.

Youtube, Twitter e Microsoft

O YouTube também bloqueou os canais estatais russos RT e Sputnik em toda a Europa. Segundo a empresa, operada pelo Google, os sistemas necessitam de tempo para serem atualizados. Entretanto, a situação está sendo monitorada. Além disso, o Twitter e Microsoft limitaram a divulgação de informações dos canais oficiais, que são usados por Moscou.

Disney, Warner e Sony

As três organizações, Disney, Warner e Sony, anunciaram que não vão mais exibir os seus novos lançamentos em cinemas russos. Os serviços só devem retornar, quando Putin colocar um fim aos ataques contra a Rússia. A estreia de Batman, por exemplo, foi suspensa.

ENERGIA E PETRÓLEO

Shell

A Shell disse que vai encerrar as suas operações na Rússia. E isso, inclui a sua participação minoritária em uma grande usina de gás natural liquefeito. A empresa disse que vai deixar o seu principal negócio de GNL, o Sakhalin 2, do qual detém 27,5%. A usina produz cerca de 11,5 milhões de toneladas de GNL por ano.

BP

O grupo de energia britânico, a BP, vai alienar a sua participação na Rosneft, empresa de energia russa. A participação de 19,75% na empresa russa responde por metade das reservas de petróleo e gás de BP. O movimento pode custar à empresa britânica mais de US$ 25 bilhões (R$ 128,5 bilhões).

Equinor

A empresa norueguesa quer sair de joint ventures na Rússia. E isso inclui a parceria estratégica com a Rosneft, e isso abrange projetos em toda a Sibéria.

TotalEnergies

A companhia francesa de petróleo disse que não investirá em novos projetos na Rússia.

Orsted

A companhia da Dinamarca não vai mais fornecer carvão e biomassa russos às suas usinas de energia. Entretanto, vai seguir comprando até 2 bilhões de metros cúbicos de gás natural da Gazprom. Além disso, não devem mais acontecer novos contratos com as empresas russas, ou que possuem fornecedores no país.

ExxonMobil

A multinacional de petróleo e gás norte-americana ExxonMobil disse que deve sair do projeto Sakhalin-1. Em suma, se trata de um dos maiores campos de petróleo e gás operados por estrangeiros na Rússia. Além disso, a companhia não vai mais investir no país.

AUTOMÓVEIS

Volvo

A montadora sueca Volvo Cars disse que vai encerrar as remessas de carros para o mercado russo. O receio da companhia, é com relação aos riscos potenciais associados ao comércio de material com a Rússia.

Volvo Caminhões

A fabricante afirmou que parou a produção em sua fábrica na Rússia, bem como as vendas para o mercado russo.

Renault

A companhia disse que o fechamento temporário da sua fábrica em Moscou, por problemas na cadeia de suprimentos. A Renault tem a maior montadora do país, a Avtovaz, e é responsável por 1/3 do mercado russo.

Harley-Davidson

A companhia suspendeu os seus negócios na Rússia, bem como os embarques de suas motos.

General Motors - GM

A GM quer interromper os embarques de veículos para a Rússia. A fabricante norte-americana exporta em torno de 3 mil veículos por ano.

BMW

A empresa deve parar com a produção local, e a exportação para o mercado da Rússia até o novo aviso. O executivo da companhia disse que a montadora de carros e motos condena a agressão contra a Rússia.

Jaguar Land Rover

A multinacional inglesa afirmou que estava pausando a entrega de veículos no mercado russo. Isso se dá, devido aos desafios comerciais impostos pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Daimler Truck

A maior fabricante de caminhões do mundo, decidiu interromper todas as suas atividades comerciais na Rússia. A companhia tem um contrato com a Kamaz, mas que é limitada à fabricação de veículos civis. A Kamaz fabrica os veículos utilitários para as forças armadas da Rússia.

Nokian Tyres

A fabricante de pneus transferiu a produção de algumas das suas principais linhas de produtos da Rússia para a Finlândia e Estados Unidos, como meio de se preparar para as sanções adicionais. Na Rússia, a companhia emprega 1.600 pessoas.

Ford

A montadora suspendeu as suas operações restantes no país, por tempo indeterminado. A companhia faz parte de uma joint venture que fabrica pequenas vans de entrega em uma fábrica em Yelabuga, a mais de 600 milhas a leste de Moscou. Além disso, ela trabalha com um distribuidor que vende os seus veículos importados.

TRANSPORTES

Maersk

A companhia afirmou que todo o transporte de contêineres para a Rússia será interrompido. A Maersk opera rotas de transporte de contêineres para São Petersburgo e Kaliningrado no Mar Báltico, Novorossiysk no Mar Negro e Vladivostok e Vostochny na costa leste da Rússia.

MSC

A MSC deve paralisar de forma temporária, as suas reservas de carga a Rússia. E isso, deve cobrir todas as áreas de acesso, incluindo Báltico, Mar Negro e Extremo Oriente da Rússia.

ONE (Ocean Network Express)

A ONE, uma das principais companhias de transporte de contêineres do mundo, interrompeu as suas remessas com a Rússia. Além disso, a aceitação de reservas com destino e saída para São Petersburgo, ficará parada até o novo aviso.

Hapag Lloyd

Aa companhia de transporte marítimo também suspendeu de forma temporária, as reservas para Rússia e Ucrânia.

AerCap Holdings

A maior locadora de aviões do mundo, afirmou que vai encerrar centenas de arrendamentos de aeronaves com a Rússia devido às sanções. A companhia tem 5% de sua frota alugada para companhias aéreas russas.

BOC Aviation

A companhia de aeronaves afirmou que a maioria dos seus leasings para companhias aéreas russas teria que ser finalizada até o dia 28 de março. A BOC Aviation tem 18 aviões na Rússia.

Ups, FedEx e DHL

As companhias finalizaram as entregas na Rússia e na Ucrânia. A UPS afirmou que a interrupção de todos os serviços de transporte internacional se aplica às chegadas e saídas dos dois países e da Belarus. O objetivo é manter a segurança dos seus funcionários.

Boeing

A fabricante americana de aviões suspendeu o suporte técnico, de peças e de manutenção de aeronaves para as empresas aéreas russas. Ademais, a fabricante finalizou as suas operações principais em Moscou.

OUTROS SETORES

Sandvik

O grupo sueco de engenharia optou por pausar todas as suas operações na Rússia, por questões de segurança. A fabricante de ferramentas não tem produção no país. Porém, tem 900 funcionários nas áreas de vendas e serviços.

Adidas

A companhia de equipamentos esportivos divulgou a suspensão do seu patrocínio à Federação Russa de Futebol.

Uefa

A União das Associações Europeias de Futebol finalizou o patrocínio com a Gazprom. O valor do contrato era de 40 milhões de euros (R$ 231,1 milhões). O patrocínio cobria a Champions League, uma das maiores competições de futebol do mundo, bem como os campeonatos internacionais organizados pela Uefa e a Eurocopa-2024.