A Justiça bloqueou o site da Blaze, famosa casa de apostas, após um pedido da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo e por estar envolvida em investigações relacionadas à CPI das Pirâmides Financeiras. A decisão foi acatada pela Anatel na semana passada, mas a Blaze tenta reverter a situação com uma ação judicial e "sites espelhos".

Por que a Blaze foi bloqueada no Brasil?

O bloqueio do site foi solicitado devido às atividades de apostas, particularmente no jogo "Crash", que foi considerado um jogo de azar por parte das autoridades judiciais. Isso levou a uma série de reclamações por parte dos usuários e denúncias de fraude, tanto no site Reclame Aqui quanto em boletins de ocorrência.

Além disso, a influenciadora Juju Ferrari, que fazia divulgações dos serviços da Blaze em seu perfil no Instagram e se dizia embaixadora na plataforma no país, também teve seu perfil removido como parte da decisão judicial.

Instagram da influencer Juju Ferrari não está mais disponível
Instagram da influencer Juju Ferrari não está mais disponível

Blaze ensina como burlar bloqueio no Brasil

Em resposta ao bloqueio, a Blaze entrou com uma liminar na Justiça buscando a retomada das operações. A defesa argumentou que a Justiça de São Paulo não tinha jurisdição sobre o caso, já que a Blaze é sediada em Curaçao, onde as apostas são permitidas e regulamentadas. A empresa também destacou sua "transparência e profissionalismo com seus mais de 25 milhões de usuários cadastrados no Brasil".

Apesar do bloqueio, a Blaze criou sites espelhos com URLs alternativas para permitir que os usuários continuem acessando seus serviços e ensinou seus usuários sobe como usar essas alternativas. A Anatel enviou ofícios às provedoras de internet solicitando o cumprimento da decisão judicial, mas o acesso ainda continua disponível por meio desses espelhos.

O caso ainda está em andamento com a Blaze buscando reverter a decisão da Justiça e transferir o processo para o Superior Tribunal de Justiça.

Denúncias contra a Blaze

A Blaze já era alvo de várias denúncias e investigações relacionadas a atividades de apostas no Brasil, incluindo seu envolvimento na CPI das Pirâmides Financeiras. Um exemplo dessas denúncias ocorreu em julho, quando um grupo de moradores de Belo Horizonte que alegou ter sofrido um prejuízo de R$ 6 milhões depois de serem persuadidos por uma influenciadora a "investir" na plataforma Blaze.

Na CPI das Pirâmides Financeiras, os parlamentares convocaram os presidentes do Santos FC e do Atlético Goianiense, times de futebol patrocinados pela Blaze, para prestar depoimento sobre a relação entre os clubes e a empresa.

Santos FC tem acordo com a Blaze por patrocínio master e garante que não será prejudicado mesmo com o bloqueio da plataforma de apostas no Brasil
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Andres Rueda, mandatário do Santos FC, confirmou que o clube havia firmado um contrato de patrocínio com a Blaze no valor de R$ 45 milhões, com R$ 25 milhões pagos à vista e o restante dividido em 23 parcelas. Ele assegurou que os pagamentos estavam sendo realizados pontualmente e garantiu que está juridicamente respaldado mesmo com a situação atual da Blaze e isso não deve afetar o clube.

Fonte: 1, 2, 3 e 4