Neste domingo, 2 de junho de 2024, a China alcançou um marco histórico em sua exploração espacial ao pousar uma espaçonave não tripulada no lado oculto da Lua. Lançada no ínicio de maio, a espaçonave Chang'e 6, chegou à órbita lunar aproximadamente uma semana depois. Agora, a ideia é visa coletar amostras de solo e rochas do lado mais distante da Lua, uma região inexplorada por qualquer outra nação.

Missão Chang'e 6 da China pousa no lado oculto da Lua

No dia 2 de junho, a nave realizou um pouso bem-sucedido na Bacia do Polo Sul-Aitken, uma enorme cratera de impacto no lado da Lua voltado para o espaço. Esta região é conhecida por suas crateras profundas e escuras, o que torna as comunicações e operações robóticas de pouso extremamente desafiadoras.

Pousar no lado oculto da Lua apresenta desafios significativos. Sem comunicação direta com a Terra, a missão depende de uma série de elos da cadeia de controle ou de uma alta automatização das operações.

Neil Melville-Kenney, técnico da Agência Espacial Europeia que colaborou com a China na missão, destacou a dificuldade de pousar em altas latitudes lunares devido às sombras longas, que complicam a navegação e o pouso automático.

Sonda lunar da China chega ao lado oculto da Lua. (Imagem: CNSA, Chinese Academy of Sciences/CAS)
Sonda lunar da China chega ao lado oculto da Lua. (Imagem: CNSA, Chinese Academy of Sciences/CAS)

O módulo de pouso Chang'e 6 está equipado com ferramentas, incluindo uma colher e uma furadeira, para coletar aproximadamente 2 kg de material lunar. Este processo deve durar dois dias. As amostras serão transferidas para um foguete de propulsão que se acoplará a outra espaçonave na órbita lunar antes de retornar à Terra. O retorno está previsto para 25 de junho de 2024, com pouso esperado na região da Mongólia Interior, na China.

Importância da missão

Esta missão é a segunda vez que a China pousa no lado oculto da Lua, uma façanha que nenhum outro país conseguiu. O sucesso do Chang'e 6 não apenas demonstra a capacidade tecnológica e a engenharia avançada da China, mas também coloca o país em uma posição de liderança na nova era da exploração espacial.

A coleta de amostras do lado oculto da Lua proporcionará novos insights sobre a história de 4,5 bilhões de anos do satélite natural da Terra e ajudará na compreensão da formação do sistema solar. Além disso, permitirá uma comparação sem precedentes entre o lado oculto e o lado mais bem conhecido da Lua, voltado para a Terra.

A China se junta a uma elite de países que enviaram espaçonaves à Lua, incluindo a antiga União Soviética, a Índia e os Estados Unidos, que são os únicos a terem colocado humanos na Lua, começando em 1969. Este ano já viu outros dois pousos lunares: o módulo de pouso Slim, do Japão, em janeiro, e o módulo de pouso da startup americana Intuitive Machines, em fevereiro.