A NASA vai testar o potencial da tecnologia humana para a missão que tem o objetivo de interromper o avanço de um asteroide que ofereça riscos de colisão com a Terra. A missão DART, ou Missão de Teste de Redirecionamento de Asteroide Binário (tradução do inglês), será lançada rumo à lua Dimorphos que orbita o asteroide Didymos. Segundo especialistas, o asteroide fica relativamente próximo à Terra, mas ainda não oferece riscos à civilização humana.

Missão DART da NASA pretende desviar rota de asteroide

A agência pretende abrir a janela de lançamento em 24 de novembro, e a espaçonave deve chegar a Dimorphos em 2022. Em entrevista ao G1, Thiago Signorini Gonçalves, professor de astronomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), detalhou que a escolha por esse alvo é apenas uma "questão de conveniência".

"É um asteroide que fica relativamente próximo à Terra. Como o objetivo da missão é, em particular, testar a possibilidade de efetivamente desviar a órbita de um asteroide, é importante poder acompanhar a órbita posterior. Se fosse um asteroide muito distante, seria difícil fazer este acompanhamento", disse o professor.

O objetivo principal da missão é acompanhar se de fato é possível alterar com sucesso a rota de um asteroide com a tecnologia desenvolvida para a DART. Na teoria, o processo funciona, mas é preciso de alguma comprovação visível. Neste caso, por exemplo, o alvo maior tem o tamanho de um prédio de 100 andares, e o menor, é de aproximadamente 40 andares.

Trajeto de impacto da missão DART. (Crédito: NASA/Reprodução)
Trajeto de impacto da missão DART. (Crédito: NASA/Reprodução)

Gonçalves salienta que o tamanho da Dimorphos não é nada surpreendente em relação a outros asteroides encontrados no nosso Sistema Solar, mas não descarta uma devastação de boa parte da vida humana e outras consequências, caso realmente estivesse em rota com a Terra.

"É uma oportunidade boa de conseguir acompanhar o efeito de um objeto que seria efetivamente o alvo de uma missão caso isso fosse realmente necessário, se a gente tivesse que desviar um asteroide", explica.

Risco nulo

Mesmo que se trate de uma missão que deve definir o poder da tecnologia humana para esse eventos, caso o resultado seja negativo, ainda assim, não há risco do asteroide colidir com a Terra. Por outro lado, se missão for concluída com sucesso, uma cratera deve ser criada na Dimorphos, podendo gerar pela primeira vez uma chuva de meteoros criada artificialmente pelo homem.

Com informações do G1.