Objetos caídos do espaço são um mistério, pois deixam tanto os cientistas e pesquisadores intrigados, quanto a população, quando se trata de qualquer pista de vida alienígena. Este é um desses momentos, pois os fragmentos de um asteroide conhecido como TC3 que caíram no Deserto da Núbia, Sudão, em 2008, foram estudados minuciosamente por 10 anos, revelando que a origem do diamante seria de um antigo planeta do Sistema Solar que foi destruído há bilhões de anos.

A composição do meteorito foi o que mais chamou a atenção dos pesquisadores. Os fragmentos foram batizados de Almahata Sitta, e dentre os elementos encontrados, o mais interessante foi encontrar pedaços de diamante.

Para que os pesquisadores pudessem chegar a essa conclusão, eles precisaram inspecionar as propriedades atômicas dos elementos do objeto. O ponto da questão era descobrir como o diamante se formou, pois eles são gerados somente em condições de enorme pressão e temperatura.

Pedaço do meteorito Almahata Sitta. (Foto: Divulgação)
Pedaço do meteorito Almahata Sitta. (Foto: Divulgação)

Parte da pesquisa também envolveu realizar diferentes análises químicas e físicas para que pudessem perceber as características do meteorito e também a sua idade.

O resultado no final do estudo demonstrou que a formação do diamante aconteceu em um massivo corpo celeste, que é menor que a terra, aproximadamente 12.742 quilômetros de diâmetro. Ele estaria localizado em qualquer lugar entre a lua e mercúrio, mais precisamente entre a extensão de Mercúrio que fica a 4.879 quilômetros, ao passo que Marte está a 6.779 quilômetros.

Segundo o iflscience, mesmo a ideia de que esses pedaços fizeram parte de um corpo celeste que acabou sendo destruído durante os primeiros 10 milhões de anos em nossa "vizinhança galáctica", não é tão surpreendente para quem estudo o espaço, pois é algo comprovado há muito tempo, tampouco é nova a ideia de planetas perdidos. No entanto, a notícia não perde o significado incrível que tem.

Trilhas de inclusão ricas em carbono e partes com diamante. (Foto: Nabiei et al./Nature Communications)
Trilhas de inclusão ricas em carbono e partes com diamante. (Foto: Nabiei et al./Nature Communications)

As informações sugerem que a criação de um diamante necessita de um evento de impacto energético que causa alta pressão, conhecido como "transformação dirigida por choque". O inusitado é que os diamantes produzidos por choque costumam ser normalmente pequenos, e os encontrados nos meteoritos de Almahata Sitta são bastante grandes.

Isso acabou revelando à equipe que esses diamantes trouxeram junto deles inclusões de um manto do mundo alienígena! O cientista que faz parte da equipe, Farl Nabiel, diz que "as pessoas não viram inclusões em diamantes extraterrestres antes". Isso porque esse diamante só poderia ser formado com cerca de 20 bilhões de pascais dentro desse manto sob pressões extremas. Este número de pascais equivalem a 200.000 vezes a nossa pressão atmosférica.

A conclusão encontrada por eles é de que o único lugar coerente de onde esses objetos poderiam ter vindo era de um planeta, só que um planeta que não corresponde à química de qualquer um que é conhecido. Portanto, os meteoritos vieram de um "embrião planetário" que já não existe mais a um bom tempo.

Fontes: Revista Galileu e IFLScience

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