Enquanto alguns países estão lidando com as moedas virtuais da pior maneira possível como se elas simbolizassem a provável destruição da sua economia, outros largam na dianteira para se tornarem a primeira economia a trabalhar junto com elas.

Israel parece ser a primeira nação a ter visto a tecnologia não como um problema, mas como uma solução. Segundo a Reuters o Banco Central de Israel está considerando a possibilidade de emitir moeda virtual para construir um sistema de pagamentos mais rápido além de reduzir a quantidade de caixa convencional que circula na economia. As medidas estariam supostamente prontas para serem incluídas no orçamento do país já em 2019, desde que a instituição governamental aprove a ideia.

Se Israel conseguir implementar tal sistema as moedas, provavelmente, passariam a ser mantidas com rédeas curtas, o que desagrada muito dos investidores digitais. Com um governo por trás elas seriam mais seguras quanto a flutuações e instabilidades - o que é bom - porém passariam a ser centralizadas e terem de honrar com as tradicionais regras financeiras, ou seja, sem esse negócio de anonimato nas transações. 

O banco não comentou nada oficialmente, no entanto, é fácil ver por que Israel seria o candidato ideal para estrear esse modelo de "criptomoeda governamental". O país é um dos mais desenvolvidos do mundo quando se trata de inovação, tem algumas das melhores universidades na área de tecnologia, além de um dos mercados de startups mais aquecidos do planeta depois do Vale do Silício. Empresas como Waze, Viber, Wix, MyHeritage, entre tantas outras saíram de lá e ajudaram Israel a se tornar conhecido como o país das startups.

Tudo depende do Banco Central de Israel nesse momento
Tudo depende do Banco Central de Israel nesse momento

Ainda não se sabe se Israel pretende usar Bitcoin, Ethereum, diversos tipos de moedas ao mesmo tempo ou então nenhum delas (e criar sua própria criptomoeda nesse caso). Na verdade isso nem mesmo é importante, pois o que o país pensa em copiar das moedas mesmo (assim como diversos outros bancos) é o conceito das redes estruturadas em blocos que estão por trás das moedas - a do Bitcoin chama-se Blockchain. Com ela presente no dia a dia das pessoas os israelenses poderiam realizar transações 24 horas por dia, 7 dias por semana. Como na Blockchain tudo é autenticado pela própria rede de usuários e quase que instantaneamente, os clientes poderiam, por exemplo, pagar uma conta no fim de semana e ter a confirmação em minutos.

Claro que mesmo que o governo acate a ideia, esta não é uma solução garantida je também não será imediatamente aceita na vendinha da esquina. Primeiro seria preciso convencer os residentes e adotarem as carteiras digitais e também as empresas a aceitarem e trabalharem com tais tipos de moeda. O que eu acho que não seria uma tarefa fácil no curto prazo.

O mais importante é que, acima de tudo, o país está olhando para as criptomoedas como uma solução prática aos problemas econômicos do sistema financeiro ao invés de algo a ser evitado. Se isso vai ser bom para as moedas e para os usuários, ou se a regulamentação e as taxas vão torná-las mais uma dentre tantas só o tempo dirá.