Está acontecendo dos dias 29 a 31 de outubro a Futurecom 2019. Entre muitos eventos de inovação, tecnologia e mercado, o evento sediou o Wireless Technology Summit que é realizado pela 5G Americas, discutindo redes móveis e principalmente o 5G no Brasil.

Atualmente o 5G está ainda engatinhando por aqui, sendo que governo brasileiro apenas cogita possibilidades, principalmente com empresas chinesas como a Huawei, para a implementação da rede no país. Porém, segundo um dos principais analistas as Ovum na América Latina, Ari Lopes, a estratégia tomada por aqui está a contramão da ideal e da comumente tomada ao redor do globo.

A Anatel está fragmentando a oferta pelas frequências do 5G em território nacional. Ari Lopes, que participou do evento, comenta: "A fragmentação dificulta o uso do espectro para serviços mais avançados. É consenso na indústria que, para ter serviços melhores, as operadoras têm de ter mais espectro nas mãos. Na Coreia, as operadoras receberam mais espectro. Ceder bloco de 10 MHz + 10 MHz vai na contramão do que está sendo feito no mundo", em entrevista à CDTV.

Ainda segundo o especialista, o 5G enfrentará muitas dificuldades nas mãos da operadoras nacionais com tão pouco espectro. Na mesma entrevista, o analista completa: "Na Coreia, o uso de dados aumentou três vezes com realidade aumentada e virtual com o 5G. Tem de ter capacidade para trabalhar, e fragmentar não ajuda". A sugestão para cá seria a simplificação e um posicionamento mais claro por parte da Anatel com relação à interferência do 5G nas TVs no 3,5 GHz.

"Na proposta da área técnica da Anatel, se propunha três blocos de 80 MHz e um de 60 MHz. O que vimos na proposta do conselheiro Aquino foi um fracionamento muito grande, em blocos de 10 MHz. Individualmente, com 10 MHz, ninguém vai conseguir fazer 5G", argumentou o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude. "Esse caminho precisa ser repensado, principalmente se tratando do 3,5 GHz, que será central [para a tecnologia]"