A Mi Band é uma pulseira inteligente que faz sucesso no Brasil desde muito antes de a Xiaomi começar a atuar oficialmente por aqui. Ainda hoje, imagino que unidades importadas são responsáveis pela maior parte das vendas, e é um acessório relativamente barato: a versão mais recente delas, a Mi Band 6, pode ser encontrada em por algo em torno de 300 reais. Eu a usei por mais de 2 meses, assim como testei todas as antecessoras, e vou contar os pontos positivos e negativos que percebi.

Ficha técnica

O acessório se constitui de uma pulseira de borracha com um módulo central que tem tela e alguns sensores. Entre suas principais funções, estão a contagem de passos, de batimentos cardíacos, a oxigenação do sangue, os tempos de sono, monitoramento de atividades físicas e exibição de notificações vindas do smartphone.

Veja as especificações abaixo:

  • Armazenamento: 16MB
  • Dimensões: 47.4 × 18.6 × 12.7 mm
  • Peso: 12.8g
  • Resistência a água: 5 atm
  • Display - tipo: AMOLED
  • Display - tamanho: 1.56
  • Display - resolução: 152 x 486
  • Bateria: 125mAh
  • Carregador: Carregador com fio e Magnético
  • Wi-fi: Não
  • Bluetooth: BLE e 5.0
  • GPS: Não
  • NFC: Sim e (china)
  • Sensores: SpO2, Batimentos cardíacos, Proximidade, Giroscópio e Acelerômetro

Xiaomi Mi Band 6 - Veja aqui a ficha técnica completa

Vale lembrar que tenho em mãos a versão chinesa do produto. Também existe a chamada versão global, embora não haja diferença entre elas atualmente. Após atualizações no aplicativo Mi Fit, qualquer uma funcionará em nosso português.

Pontos positivos

Tela cresceu e melhorou a usabilidade

O que mais chama atenção em quem olha o produto é o crescimento de sua tela. Ela agora tem 1.56 polegadas e ocupa quase toda a parte frontal, como tem ocorrido nos smartphones. Para acompanhar o maior display, o sistema operacional recebeu um tapa e agora funciona de maneira parecida com o que vemos em smartwatches mais poderosos: os ícones deslizam com boa fluidez e toda a operação ficou mais agradável, diferente de versões anteriores, que tinham navegação super simples.

O telão possibilitou novas watchfaces.
O telão possibilitou novas watchfaces.

Esse ganho no painel também tornou mais confortável a leitura de notificações, sobretudo em apps como WhatsApp e Telegram. Apesar de eu raramente deixá-las habilitadas, elas agora podem ser visualizadas com algum conforto. E, claro, a Xiaomi aproveitou para entregar novas watchfaces, os layouts da tela inicial, que tiram proveito do espaço adicional. Achei um barato.

Novas funções, como oxímetro, são bem-vindas

Uma segunda novidade muito positiva é que o hall de funções ficou mais abrangente. Destaco a existência do medidor de oxigênio no sangue, o oxímetro. Em tempos de Covid, era mais que esperada a sua adição, e foi entregue. Pelo que pude avaliar, seus resultados diferem sutilmente dos entregues por acessórios dedicados à função. Penso que, de qualquer forma, é muito válido, porque permite que sejam captadas as maiores variações e se tenham indícios de problemas de saúde.

Finalmente, oxímetro.
Finalmente, oxímetro.

Também subiu a quantidade de esportes que são rastreados, estão na casa dos 30. Aliás, é possível que se habilite, no Mi Fit, a opção de a pulseira detectar automaticamente alguns deles. Por exemplo: quando o usuário começa a caminhar ou correr de forma contínua, o acessório entende que ele iniciou um exercício e passa a rastreá-lo.

Confortável como sempre

No meu caso, um fator que conta pontos a favor de smartbands em geral, e especificamente das Mi Bands, é o fato de serem muito confortáveis. Existem certos relógios que, se mantenho no punho por mais de uma semana, já me causam desconforto e até alergia. Não é o caso da Mi Band 6, que, assim como suas antecessoras, pude até esquecer que estava comigo.

Curiosamente, também vou incluir a duração da bateria neste tópico - talvez estejamos falando de "comodidade". Em meu uso, que inclui notificações de certos apps, exercícios duas vezes por semana e eventuais leituras de batimentos cardíacos ou do oxímetro, consegui cerca de 10 dias de autonomia. A Xiaomi já conseguiu melhores marcas neste departamento, mas julgo que ainda está num bom patamar. Para quem quer ter a primeira experiência com um dispositivo assim, é ótimo poder carregá-lo apenas duas vezes por mês, uma realidade distante em smartwatches poderosos.

Pontos negativos

Medições podem não ser das mais precisas

Não sou um poliatleta, longe disso, o que me impede de avaliar uma série de capacidades do produto. Mas, a partir de minhas caminhadas e corridas, projeto que as medições feitas pela Mi Band 6 podem ficar devendo em precisão. Imagino que, por isso, não seja tão indicada pra quem mira em necessidades profissionais ou muito sérias.

Sensores e conexão para carregamento, que é magnético.
Sensores e conexão para carregamento, que é magnético.

O acessório superestimou, várias vezes, as distâncias que percorri em meus treinos, marcando sempre algo acima do que realizei. Além disso, em atividades intensas, percebi alguns picos estranhos na medição de batimentos cardíacos. Afirmo com alguma confiança que foram falhas de medição, já que, em duas ocasiões, comparei os resultados com os de um Galaxy Watch Active 2 da Samsung e os de um Apple Watch Series 3 - eles não exibiram a mesma variação, o que me deixou mais tranquilo, diga-se.

Em geral, me parece que o monitoramento de atividades é válido para que se percebam variações pessoais nos treinos. Algo como: "no dia de hoje, fui melhor que ontem e pior que na semana passada". Se o foco não são as exatas distâncias percorridas, acredito que se pode tirar muito proveito.

Efeitos colaterais do telão?

De forma irônica, a tela, que destaquei como ponto positivo, também me causou uma dose de incômodo. Principalmente enquanto eu fazia atividades físicas, era comum ela registrar comandos que eu não tinha dado. Pelo que percebi, o display acendia de forma não intencional, mesmo quando configurado para só ser acionado com um toque. Isso permitia que fosse acionada alguma ação, normalmente pausar o registro do treino. Chato.

O problema aconteceu muitas vezes e precisei achar um meio de contorná-lo. Acabei configurando, no Mi Fit, para que a tela acendesse não a partir de toques, mas de uma deslizada (swipe) para cima. Assim, pude treinar em paz.

Ainda há espaço para "crescer"

Apesar dos novos ares trazidos pelo display, é bom lembrar que ainda faltam funcionalidades tipicamente associadas a smartwatches robustos. Por exemplo, não existe GPS, não é possível copiar músicas para uma memória interna e ouvi-las direto da pulseira, sem uso de celular, e não é dá para responder as mensagens de texto recebidas, apenas visualizá-las.

Mensagem do WhatsApp
Mensagem do WhatsApp

Estas são capacidades muito lembradas que, vale destacar, já pintaram em alguns concorrentes do mesmo segmento. Para ilustrar, a Samsung Galaxy Fit 2, bastante acessível no Brasil, tem um bom sistema de textos pré-prontos, configuráveis via app, que quebra um galho enorme para respostas rápidas no WhatsApp ou Telegram.

Vale a pena? Veredicto

Xiaomi Mi Band 6
7.8
Prós
  • Tela maior e melhor
  • Novas funções
  • Confortável
Contras
  • Medições não tão precisas
  • Ainda pode ser melhor

Costumo dizer que Mi Bands são um tipo de acessório que evolui muito pouco de uma geração para outra, mas as mudanças fazem valer a pena. É o caso da Mi Band 6. A tela maior deu um ar de novidade muito bacana e, mesmo se isso significou bateria um pouco menor, o saldo ainda é bem positivo.

Lembro ainda que, por ser um acessório popular, um ganho indireto é a facilidade que se tem para achar acessórios como pulseiras alternativas, disponíveis aos montes por aí. Além disso, a sexta versão do produto chega para compor um ecossistema estabelecido: no aplicativo Mi Fit, os dados da smartband podem interagir com os de gadgets como a balança inteligente da mesma fabricante.

Concorrentes existem aos montes. Para citar dois, temos a Huawei Band 6 com seu bonito telão e a acessível Galaxy Fit 2 com suas boas opções de software. Frente a elas, a Mi Band 6 se segura por ser um produto balanceado, integrado ao portfolio da Xiaomi e que, importante, é conhecido e muito usado pelo grande público.

Por até 300 reais, é, sim, uma boa pedida para se entrar no mundo dos dispositivos vestíveis, gastando-se muito pouco quando é comparada a figurões como o Galaxy Watch ou o Apple Watch. E em relação aos relógios mais simples, acaba sendo uma opção mais garantida, com o mesmo número de funções ou até mais. Confira, abaixo, alguns locais onde o produto pode ser adquirido.

Onde comprar?

  • Armazenamento: 16MB
  • Dimensões: 47.4 × 18.6 × 12.7 mm
  • Peso: 12.8g
  • Resistência a água: 5 atm
  • Display - tipo: AMOLED
  • Display - tamanho: 1.56
  • Display - resolução: 152 x 486
  • Bateria: 125mAh
  • Carregador: Carregador com fio e Magnético
  • Wi-fi: Não
  • Bluetooth: BLE e 5.0
  • GPS: Não
  • NFC: Sim e (china)
  • Sensores: SpO2, Batimentos cardíacos, Proximidade, Giroscópio e Acelerômetro

Xiaomi Mi Band 6 - Veja aqui a ficha técnica completa