TCL C7K REVIEW: Até que enfim uma TV QLED concorrente a OLED

A TCL C7K chega ao mercado brasileiro como parte da linha 2025 da marca, posicionando-se entre os modelos C6K e C8K. Existem apenas dois tamanhos de tela aqui no Brasil, são 65 e 75 polegadas (versão que eu recebi para testes). Ela promete entregar uma experiência de cinema com brilho elevado, excelente contraste, suporte completo a HDR e um conjunto robusto para quem joga.

Mas será que ela cumpre tudo isso? E melhor, a que preço? Eu testei tudo e te conto agora.

TCL C7K REVIEW

Design e construção

A montagem da TCL C7K de 75 polegadas exige atenção redobrada. Pelo porte do equipamento, é essencial contar com pelo menos duas pessoas para posicionar corretamente sobre uma superfície durante a instalação do pedestal. Esse suporte oferece ajuste de altura, o que é uma vantagem para quem pretende usar uma soundbar posicionada sob a TV, no mesmo móvel. Após a fixação dos parafusos, uma tampa plástica é encaixada para esconder as conexões, deixando o visual mais limpo e organizado.

O suporte em si é feito de plástico escuro, o que pode passar uma impressão mais simples, no entanto, um ponto que chamou minha atenção é a estabilidade: mesmo com apenas um ponto de apoio central, o pedestal consegue manter a TV firme, sem balanços, o que não é comum em modelos tão grandes. Para quem preferir fixar o televisor na parede, o padrão de montagem VESA é de 300x300 mm.

O design da TCL C7K segue uma linha discreta e funcional, sem exageros. A estrutura é relativamente leve para o tamanho de 75 polegadas, o que facilita o transporte e a instalação, mas ao mesmo tempo transmite sensação de robustez e solidez.

Na parte traseira, um detalhe que chama a atenção logo de cara é a saída de som principal. A TV conta com dois alto-falantes assinados pela Bang & Olufsen, o que indica um investimento significativo no conjunto de áudio — algo que exploraremos com mais profundidade no tópico sobre som.

Entradas e conectividade

A C7K traz uma boa variedade de conexões, mas com algumas limitações. São quatro entradas HDMI, sendo apenas duas com padrão HDMI 2.1, o que pode limitar quem pretende conectar múltiplos dispositivos de última geração, como consoles e soundbars eARC ao mesmo tempo.

Há ainda duas portas USB, entrada para antena, saída óptica, Ethernet, além de Wi-Fi e Bluetooth para conexões sem fio. O suporte a eARC, Dolby Atmos, VRR, ALLM e Dolby Vision para jogos reforça o foco em performance multimídia.

Qualidade da imagem

A TCL C7K de 75 polegadas se destaca pelo uso da tecnologia QD Mini-LED, que para mim é o equilíbrio entre o brilho das TVs QLED e o contraste profundo das telas OLED. A grande vantagem aqui é conseguir um contraste, vai lá próximo ao OLED, sem os riscos de burn-in, combinando isso com cores vibrantes graças aos pontos quânticos (Quantum Dots).

Explicando de uma forma bem simples, os Quantum Dots (pontos quânticos) são pequenas esferas que, dependendo do tamanho, refletem cores diferentes ao receberem energia. Dessa forma, os pixels da TV QLED conseguem atingir níveis de contraste muito superiores às TVs LCD sem QLED.

Brilho e contraste

Eu começo testando a TV em um ambiente bem claro, com luz direta entrando pelas janelas. Assistindo TV nesse cenário, eu notei que o painel da TCL tem bastante brilho, segundo a marca atinge até 3.000 nits de brilho de pico, um número impressionante até mesmo dentro do segmento premium. Esse nível de brilho é essencial para conteúdos em HDR, como filmes e séries compatíveis com Dolby Vision, HDR10 e HDR10+, onde os destaques realmente saltam da tela, enquanto as sombras mantêm profundidade e definição.

Além disso, o modelo conta com 1248 zonas de iluminação local no modelo de 75" e 1008 zonas no modelo de 65", o que é um número expressivo e reforça o excelente controle de contraste. Isso permite um preto muito mais profundo sem comprometer os elementos claros da cena, reduzindo significativamente o efeito de halo ao redor de objetos brilhantes. Esse controle preciso é fruto da tecnologia All-Domain Halo Control, desenvolvida pela própria TCL.

Cores ricas e realistas

Outro destaque vai para a cobertura de cores: a C7K atinge 97% da gama DCI-P3, o que a coloca em pé de igualdade com muitos modelos high-end do mercado. As cores são vívidas, mas sem exageros artificiais. O conteúdo fica com aparência cinematográfica e natural, o que é especialmente valorizado em filmes e jogos com alto padrão gráfico.

Experiência em conteúdo HDR

Assistir a filmes em Dolby Vision ou jogos compatíveis com HDR é um dos pontos altos. Graças ao brilho alto, ao excelente controle de zonas e ao mapeamento dinâmico de tons, o nível de imersão é elevado. O sistema adapta a imagem cena a cena, entregando tanto o brilho intenso quanto os detalhes nas áreas escuras, sem exageros.

Se essa fosse uma TV LCD comum, sem HDR e sem QLED, o painel inteiro ficaria mais claro por causa do foco de luz no centro da imagem. Graças às tecnologias que eu já falei e também das zonas de iluminação, isso felizmente não acontece na C7K. O contraste me surpreendeu bastante.

Dolby Vision

O suporte completo aos principais padrões de HDR, incluindo Dolby Vision, HDR10+, HLG, IMAX Enhanced e o novo Filmmaker Mode, mostra o compromisso da TCL em entregar uma imagem cinematográfica.

Ângulos de visão, reflexos e vazamento

Graças ao novo painel HVA com a tecnologia CrystGlow, os ângulos de visão melhoraram bastante em relação a gerações anteriores da marca. Ainda há perda de contraste e saturação quando se assiste muito fora do eixo, mas nada fora do esperado para um painel VA, especialmente em ambientes com menos luz.

Reflexos são bem controlados, tornando a C7K uma boa opção inclusive para salas com iluminação lateral ou janelas próximas.

Apesar disso, o modelo sofre com um pouco de vazamento de luz, localizado na área inferior da tela. É possível notar quando faz algum teste específico de vazamento e assistindo em ângulo, quando posicionado em frente a TV a percepção é menor.

Sistema operacional

A TCL aposta no Google TV como sistema nativo da C7K. A interface é fluida, moderna e recheada de opções — com suporte aos principais apps de streaming do Brasil como Netflix, Disney+, Prime Video, Globoplay e HBO Max.

Na minha opinião, o Google TV é hoje o melhor sistema operacional para smart TVs. Ele oferece uma ampla variedade de aplicativos, apresenta ótima fluidez no uso diário e permite ajustes finos tanto de imagem quanto de som — algo essencial para quem busca uma experiência mais personalizada.

Um destaque interessante nesta TV da TCL é a inclusão do pacote de canais via streaming do próprio Google, algo que segue a tendência adotada por diversas fabricantes. No entanto, chama a atenção o fato de que a TCL também adicionou seu próprio sistema de canais, o TCL Channels, acessado por um botão dedicado no controle remoto. Ou seja, o usuário acaba tendo dois catálogos de canais por streaming rodando em apps diferentes.

Embora seja compreensível que a TCL tenha fechado parcerias próprias para oferecer conteúdos exclusivos, a duplicidade de plataformas pode gerar confusão para o usuário, já que ambas entregam propostas bastante semelhantes.

Jogos

Aqui está outro destaque importante da TCL C7K: o foco em performance para quem joga. O modelo entrega resolução 4K a 144Hz, suporte a VRR com AMD FreeSync Premium Pro, ALLM e Dolby Vision Gaming, o que garante compatibilidade total com PS5, Xbox Series X e PCs gamers.

Em testes com Dirt Rally, um game que costumo testar nas TVs, pois é leve para o hardware de hoje em dia e contempla a capacidade de rodar em 4K a 144Hz. A experiência foi fluida, com input lag medido em apenas 13,5ms, dentro da média ideal para jogos. A ideia de jogar um game de corrida ou futebol, sentado no sofá com uma tela desse tamanho, agrada qualquer um.

O modo Game Master traz ajustes rápidos como Aim Assist e estatísticas em tempo real através do Game Bar. A única ressalva é que só duas das quatro HDMI são 2.1, o que pode exigir um hub HDMI para setups mais complexos.

Controle remoto

O controle que acompanha a C7K traz evolução em relação a modelos anteriores. Agora com acabamento metálico preto, ele é mais elegante que o prateado usado em outros modelos como a C855.

É leve, fácil de usar e bem distribuído em botões, ainda que alguns usuários possam considerá-lo um pouco frágil. Os atalhos diretos para apps populares como o Youtube e comandos por voz via Google Assistente completam a experiência de forma funcional.

Som

A promessa sonora da C7K é grande: sistema 6.2.2 com 60W, desenvolvido em parceria com a Bang & Olufsen, além de suporte a Dolby Atmos e DTS:X.

Na prática, a entrega é razoável, com vozes nítidas, boa separação de efeitos e performance decente para o dia a dia. Entretanto, o grave é inconsistente e o campo sonoro não se expande tanto quanto o esperado. Escutando músicas, você vai sentir falta de impacto, o mesmo acontece em filmes ou séries, há falta de potência grave, para uma experiência realmente cinematográfica, uma soundbar de qualidade é recomendada.

Conclusão e preços

A TCL C7K de 75 polegadas é um excelente exemplo de como o mercado de TVs está evoluindo. Por um preço competitivo, entrega uma imagem vibrante, alto brilho, suporte completo a HDR, ótima performance em jogos, um sistema operacional fluido, tamanhos maiores competindo por preço.

Ela não é perfeita: ainda há vazamento de luz, e para quem testa com frequência TVs, sabe encontrar o vazamento em situações específicas, além disso o som embutido não faz jus ao visual e os HDMI 2.1 limitados a duas portas podem ser um entrave.

Ainda assim, em sua faixa de preço, a C7K oferece ótimo custo-benefício e se posiciona como uma das melhores escolhas para quem busca qualidade de imagem e recursos gamers sem gastar como numa OLED premium.

É bom demais ver as TVs QLED se aproximando em qualidade às TVs OLED.

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