A AT&T, empresa de telecomunicações que atualmente é a detentora dos serviços de TV por assinatura e IPTV da Sky e DirecTV, está prestes a concluir a venda dessas marcas para uma empresa argentina. A venda envolve a Vrio Corp, subsidiária da AT&T que controla empresas como Sky Brasil e DirecTV Go, que passará a pertencer ao Grupo Werthein, companhia que atua com serviços financeiros, agricultura e telecomunicações da Argentina. Até o momento, não há informações sobre o valor do negócio.

AT&T vende SKY e serviço de IPTV DirecTV Go

O negócio já está fechado mas não concluído. De acordo com a legislação, é necessário aguardar a aprovação de órgãos reguladores como o Cade e a Anatel, já que os serviços da marca Sky atuam no Brasil. O acordo entre AT&T e Grupo Werthein compreende 100% do patrimônio da Vrio Corp, o que inclui a Sky no Brasil, a DirecTV na América Latina e o serviço de IPTV DirecTV Go.

Atualmente, a marca opera nos países Argentina, Brasil, Barbados, Chile, Colômbia, Curaçao, Equador, México, Peru, Trinidad e Tobago e Uruguai, e possui 10,3 milhões de assinantes. As únicas regiões que não serão afetadas pela venda é a Sky do México que é operada pelo grupo Televisa, o serviço de TV por assinatura dos Estado Unidos e o serviço de banda larga na Colômbia.

Embora o valor da venda não tenha sido divulgado, a Vrio tem um prejuízo de US$ 4,6 bilhões que deverá ser assumido pelo grupo comprador. Com isso, esse pode ser o montante pago pelo Grupo Werthein ou algum valor acima disso. Como parte do acordo, a AT&T coloca à disposição todos os colaboradores que já atuam na operação até a conclusão do acordo, além dos funcionários regionais que poderão ser transferidos para o Grupo Werthein.

Para a AT&T, a venda ou no mínimo o desinvestimento da Vrio permitirá a empresa se concentrar nos investimentos de conectividade. Atualmente, a empresa é a maior operadora de telecomunicações dos Estados Unidos, com mais de 180 milhões de clientes de telefonia móvel, assinantes de TV e banda larga fixa.

Um péssimo negócio

Em 2014, quando a AT&T comprou a DirecTV por US$ 49 bilhões, podemos dizer que este foi um péssimo negócio. A empresa comprou uma grande operadora de TV por assinatura em um momento em que muitos usuários já estavam saltando deste tip de serviço para os apps de streaming como Netflix e Amazon Prime Video. Mais tarde, com o aparecimento de plataformas de IPTV, a empresa sentiu ainda mais o impacto dessa mudança no cenário mundial.

No Brasil, a Sky também sofreu a derrocada instalada pelas plataformas alternativas. Só nos últimos cinco anos, quase 5 milhões de contratos foram desativados em toda a indústria de TV por assinatura no país, com a Sky perdendo cerca de 1,4 milhão de assinantes. Enquanto isso, o público que consome conteúdo nas plataformas de streaming só aumenta, além do número de alternativas disponíveis: Netflix, Amazon Prime Video, Globoplay, Paramount+, Disney+, HBO Max e muitas outras.

AT&T também vende o DirecTV Go, plataforma de IPTV legal que foi lançada recentemente. (Imagem:Reprodução/DirecTV)
AT&T também vende o DirecTV Go, plataforma de IPTV legal que foi lançada recentemente. (Imagem:Reprodução/DirecTV)

Muitas vezes, a escolha do público é feita com base no lado financeiro, já que os planos atuais da Sky são muito caros. Por exemplo, recentemente a empresa lançou um novo decodificador com o sistema operacional Android TV que só está disponível em planos a partir de R$ 319,90 por mês. Um preço bem salgado em comparação com outras alternativas de se consumir conteúdo de TV por assinatura, como os serviços de IPTV que custam muito menos quando contratado de forma legal, mas principalmente para serviços piratas de IPTV, que vendem o pacote completo por menos de R$ 40 mensais.

A aposta mais recente da empresa no mercado foi a criação da plataforma DirecTV Go, um serviço legítimo de IPTV que tem canais de TV paga por um preço razoável. Em solo brasileiro há pouco mais de sete meses, os planos já foram reajustados com um acréscimo de 17%, o que não agradou muito o público.