Não é de hoje que ouvimos falar sobre as tentativas do governo e até de empresas da indústria de entretenimento para combater a pirataria digital, seja por meio de denúncias, bloqueios, suspensões e operações policiais. Com esse objetivo em mente, a Associação Brasileira de OTT’s (Abott’s) publicou um manifesto sugerindo uma série de ações para dizimar a pirataria de conteúdo em solo brasileiro. Cinco medidas foram sugeridas neste manifesto, que pretende desencorajar as pessoas a utilizarem esses serviços ilegais.

Abott’s sugere normas para combater o IPTV pirata

A Abott’s é uma espécie de conglomerado de empresas como Watch Brasil, Box Brasil, EasyTV, xStreaming, Comets e Naxos Telecom, e que juntas, publicaram um documento que sugere a criação de normas que promovam o bloqueio de plataformas de IPTV pirata. Segundo a entidade, as operadoras de TV Paga estão perdendo mercado para os serviços de streaming, em especial para os serviços ilegais.

Com a criação desta nova legislação descrita no manifesto, espera-se que o combate contra a pirataria seja muito mais incisivo, e que além disso, também exija que as empresas façam a sua parte ao dificultar as ações de organizações ilegais. Dentre as cinco principais medidas, está a mudança no Marco Civil da Internet para que os provedores possam bloquear o acesso a sites IPTV piratas, além de outros conteúdos ilegais.

Esta ação precisará ser realizada pelas principais operadoras do país, assim como na semana passada, onde as operadoras Claro, TIM e Vivo conseguiram realizar o bloqueio ao site The Pirate Bay, atendendo a um pedido do Ministério da Justiça.

É preciso se conscientizar sobre IPTV pirata

O documento ainda diz que entende o lado das pessoas que apenas querem desfrutar desses conteúdos audiovisuais, mas isso não pode ser utilizado como desculpa para a prática da pirataria. Existem custos de produção e propriedade intelectual por trás desses conteúdos.

Um trecho deste documento diz:

"O combate à pirataria não possui uma solução única e definitiva para a defesa do audiovisual e serviços OTT que oferecem conteúdo por meio de assinaturas, patrocinado ou gratuito, mas sim, um conjunto de frentes de trabalho e medidas que tenderão a mitigar muito esta prática, restringindo e desencorajando... desde os fabricantes de equipamentos, desenvolvedores de ‘tecnologias piratas’ e até mesmo os consumidores."

Muita gente que utiliza os serviços de IPTV pirata, conhecidos como "gatonet", não têm consciência da ilegalidade desta prática, dos riscos que correm em ter dados pessoais monitorados e roubados com equipamentos piratas, já que todo o tráfego de logins, senhas, cartões, estão na mesma rede do equipamento pirata.

Além disso, vale lembrar que ao utilizar esses serviços ilegais, de uma forma de outra, estão contribuindo, sustentando e viabilizando outras práticas ilegais e/ou criminosas, como por exemplo tráfico de drogas, de armas e por aí vai. Em outro trecho do documento, a entidade mostra preocupação nesse quesito:

"... apesar de não ser uma conscientização fácil, os consumidores precisam entender que produzir conteúdo de qualidade tem um custo alto, e, sem a devida remuneração, os bons produtores (e produtos) tendem a "sumir" do mercado com a proliferação da pirataria."

Uma coisa é certa: não existe uma forma de acabar de vez com a pirataria - ela sempre existirá, seja no Brasil ou em qualquer parte do mundo. Mas as empresas têm procurado formas de desencorajar as pessoas a utilizarem serviços assim. Como elas farão isso, é o que ainda não sabemos.

Se quiser assistir encontrar plataformas de IPTV legal, sejam gratuitas ou pagas, confira a matéria exclusiva do Oficina da Net sobre este assunto, além de todas as novidades envolvidas neste tópico.

Fonte: Abbot's