A BBC News Brasil divulgou recentemente uma reportagem sobre fraudes no aplicativo Telegram. Uma equipe de reportagem do jornal chegou a se infiltrar em um grupo de vendas por mais de seis meses - e se deparou com propostas assustadoras.

Segundo a BBC News Brasil, venda de cédulas falsas, drogas e armas foram alguns dos negócios fornecidos nas mensagens vistas pela equipe. Muitas vezes os criminosos também ofereciam serviços em troca de informações como dados de cartão de crédito, RG e CPF de terceiros. 

Um dos exemplos citados pela reportagem fala sobre uma conta que, com o pagamento de R$100, a pessoa receberia um cartão de crédito com limite de R$1000 para gastar em compras. Outro falava sobre venda de contas na Netflix: "Você paga R$1 em cada conta e vende a R$20. Só precisa de celular!"

Armas também eram vendidas nos grupos.

Claro que essas mensagens são ilegais, mas muitos dos criminosos ainda não foram detidos pela dificuldade de localizá-los. A BBC News Brasil foi atrás de especialistas para saber quais os obstáculos enfrentados pelas autoridades e, caso sejam pegos, quanto tempo os criminosos podem pegar de prisão.

De acordo com o jornal, o fato do Telegram não ter um canal de fácil acesso faz com que as autoridades passem por dificuldades para levantar os dados desses criminosos. Para efeitos de comparação, o WhatsApp até já abriu uma sede no Brasil. 

Já a pena para "venda ou compra de informações pessoais de terceiros" - que no caso pode ser caracterizada como estelionato - gira em torno de 1 a 5 anos de prisão.

Algumas das ofertas fornecidas nos grupos. Fonte: BBC News Brasil.

É um fato de que esse tipo de mensagem pode (e é) trocado em diversos canais. O Telegram não é o primeiro aplicativo a ser utilizado para esses fins - e não será o último. O que o app tem a seu favor é que a possibilidade de se manter o anonimato e ter seus dados protegidos, o que faz com que criminosos optem por essa rede ao invés do WhatsApp por exemplo. 

Mas isso não quer dizer que eles não possam jamais ser identificados. Ainda de acordo com a BBC News Brasil, que entrevistou um pesquisador da Kaspersky Lab (uma das maiores empresas de cibersegurança do mundo), é possível localizar os criminosos sem necessariamente precisar das informações fornecidas pelo Telegram. O problema é que leva tempo.