Apanhada no meio da guerra comercial entre os EUA e a China, a Huawei tem passado por maus bocados. Depois da ordem executiva do governo dos EUA, a Huawei deixará de ser uma parceira licenciada do Android, pelo menos por enquanto.
Isso significa que a empresa terá que contar com versões não oficiais, modificadas do Android para seus próximos dispositivos e não terá mais acesso às versões de pré-lançamento do sistema do Google.
Pelo menos nos próximos três meses a Huawei terá o sistema e serviços Google, mas depois desse prazo, não terá mais acesso ao Google Play Services ou a outros aplicativos do Google e, os existentes, poderão ser utilizados apenas enquanto a Huawei não os atualizar.
Apesar da Huawei já ter informado há meses que tinha em desenvolvimento um sistema para substituir o Android, acredito que a empresa não esperava ter que usá-lo tão rapidamente.

Além de sistema próprio a Huawei está planejando para reforçar a sua própria loja de aplicativos, conhecida como o AppGallery. Enquanto isso, a gigante chinesa está consultando o mercado de terceiros Aptoide para oferecer aos usuários uma alternativa à Google Play Store.
Segundo a publicação portuguesa Dinheiro Vivo, a Aptoide já está negociando com a Huawei para aproveitar a oportunidade. O Aptoide hospeda atualmente mais de 900.000 aplicativos e tem quase 200 milhões de usuários.
Ao lado de repositórios como o APK Mirror, o Aptoide é uma das fontes mais populares para baixar aplicativos para Android, mesmo quando não pode ter oficialmente o suporte pela Google Play Store.
Ao mesmo tempo, a Huawei vem tentando incentivar os desenvolvedores a publicar seus aplicativos diretamente no AppGallery da empresa. Isso permitirá que a empresa drible as restrições estabelecidas pela proibição do governo dos EUA, embora os aplicativos do Google, como o YouTube, o Google Maps e uma série de outros serviços ainda estejam inacessíveis para os usuários. A empresa informou que no final de 2018, o AppGallery atendia 50 milhões de usuários.
Na Europa, onde a Huawei possui de uma grande parcela usuários de smartphones, a empresa está tentando incentivar as operadoras de telecomunicações a pré-instalar o AppGallery. Este movimento pode ser favorável para a empresa chinesa, uma vez que o Google enfrenta três acusações antitruste, incluindo uma relacionada ao Android.
Nesse caso, a União Européia cobra uma multa de 4,3 bilhões de euros (US$ 4,8 bilhões) por forçar os usuários a usar seus próprios produtos, incluindo a Pesquisa do Google e manter o domínio sobre os resultados de buscas on-line, ofuscando plataformas concorrentes como Bing ou DuckDuckGo.
Enquanto isso, existe também a possibilidade de que o Departamento de Comércio dos EUA possa facilitar ainda mais a proibição e até chegar a uma conciliação mútua eventualmente - como no caso de outra empresa chinesa, a ZTE.
Quanto à loja Aptoide, existem duas possibilidades de como a Huawei poderia usar sua popularidade. Ele pode pré-instalar a loja em smartphones Huawei ou integrar sua funcionalidade no AppGallery da Huawei.
Vale lembrar que o Aptoide é conhecido por liberar aplicativos pagos de maneira gratuíta, isso preocupa os desenvolvedores, o Google e qualquer pessoa que seja contra pirataria de aplicativos. Sabe-se que para um aplicativo pago funcione de maneira gratuita nos smartphones o mesmo tem que ser modificado, mas não se sabe quem o modificou e o que mais foi incluído ali além da liberação de funcionamento. Estamos aqui em um terreno perigoso.
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