Se você está procurando uma SmartTV nova para comprar, certamente deve ter se perguntado: Vale mais a pena comprar uma TV QLED topo de linha ou gastar um pouco mais e levar um painel OLED? Será que a diferença na qualidade de imagem é realmente perceptível? Quais são as vantagens e desvantagens de cada tecnologia?
Para responder todas essas perguntas, montamos duas TVs incríveis aqui no estúdio: À esquerda, a Mini LED QN90C, uma TV gamer topo de linha lançada em 2023. À direita, a S90C OLED, o primeiro lançamento da Samsung no mercado de OLEDs aqui no Brasil.
Samsung QN90C vs S90C - Mini LED consegue competir com OLED?
A gente escolheu comparar essas duas TVs no tamanho de 55 polegadas por três motivos:
- Preço: modelos maiores geralmente custam muito mais caro. Isso é realidade em todas as TVs, mas nessas topo de linha, o preço dá um salto astronômico. Na QN90C, por exemplo, a diferença de preço do modelo de 55 para o de 65" é 3800 reais. E os outros modelos também seguem esse mesmo padrão de preço. Ou seja, as de 55 polegadas geralmente são o melhor custo benefício.
- Limitação de tamanho: também escolhemos 55 polegadas pois esse é o tamanho mínimo que a S90C pode ser comprada. Exatamente, a Samsung não fabrica essa TV num tamanho menor, o que é uma pena, já que o mercado de OLEDs aqui no Brasil está precisando de mais concorrência nessas TVs OLED em tamanhos menores, já que só temos disponível atualmente para comprar a C2 da LG.
- Variação de especificações entre TVs: a QN90C muda de especificações conforme o tamanho da tela: são praticamente duas TVs diferentes, a QN90C "pequena", de 43 e 50 polegadas, e a QN90C grande, de 55 e 65 polegadas. A principal diferença entre as duas é o tipo de painel utilizado. Ambas usam a tecnologia de Pontos Quânticos e Mini LED, mas as TVs menores têm painel do tipo VA, já as maiores utilizam painel ADS. Eu não vou entrar a fundo nisso, mas é importante você saber que existem sim mudanças significativas na qualidade de imagem dependendo do tamanho da QN90C que você comprar. Já com a S90C, isso não acontece, nós testamos a de 55 e também de 65 polegadas - as duas são iguais.
Design e construção
Já que estamos tratando de duas TVs topo de linha de 2023 da Samsung, eu esperava ver mais semelhanças no quesito aparência e design, mas elas são esteticamente bem diferentes:
Ao comparar essas duas TVs topo de linha da Samsung em 2023, eu pensei que elas teriam o mesmo estilo de design e construção, mas logo ví que são bem diferentes:
A QN90C tem uma construção de plástico texturizado, enquanto a S90C é toda de metal. Esteticamente, ambas são bem bonitas e funcionam bem, mas a QN90C passa o aspecto de ser uma TV frágil e barata. Nesses modelos com preço elevado, eu prefiro uma construção metálica, já que deixa o painel mais rígido e estável.
Outra diferença é na espessura da tela: a QN90C, com seu painel Mini LED LCD, é uma TV bem fina, mas fisicamente não consegue ser tão fina quanto a S90C. O motivo disso é que a tecnologia OLED não precisa das camadas de backlight e difusores de luz presentes em todos os painéis LCD, possibilitando que a S90C fique com a espessura que vocês tão vendo aí - extremamente fina.
Pés
Nessas TVs mais caras da Samsung eles geralmente optam por abandonar os pezinhos e partir para uma base única. Esse é o caso dessas duas TVs, mas são dois sistemas completamente diferentes:
Na QN90C, a base é composta por uma estrutura de metal parafusada numa chapa de aço extremamente pesada. O tamanho e peso da base garantem que a TV fique bem firme e segura no móvel, com uma estética bem bonita.
Já a S90C tem um suporte que, apesar de ser visualmente parecido com uma base central, é apenas decorativo. O que realmente sustenta a estrutura da TV são dois pés de plástico. Para piorar, nem parafusados na TV eles são, você encaixa por pressão mesmo.
Apesar de nunca ter tido problemas com esse tipo de suporte, não dá para negar que a base da QN90C é mais sólida e robusta.
Entradas
Nas entradas nós temos um empate, já que as duas TVs possuem exatamente o mesmo conjunto. São duas entradas USB, uma entrada Ethernet, saída de áudio digital óptica e entrada RF. No quesito HDMI, mesma coisa, as TVs têm quatro saídas na versão 2.1, uma delas sendo eARC.
Independente da TV que você escolher, não vai ter problema com compatibilidades nas entradas. Eu gosto muito dessa ideia de colocar todas HDMI na mesma versão, assim você não precisa ficar se preocupando em qual delas usar para atingir os 4K em 120Hz.
Qualidade de Imagem - Ambiente claro
A gente separou essa parte do comparativo em dois cenários diferentes, o primeiro é na sala. Esse é um cenário onde temos bastante luminosidade natural entrando no ambiente. Para se sair bem aqui, a TV vai precisar de bastante brilho e bons ângulos de visão.
A QN90C é um painel LCD Mini LED, então pode apostar que brilho aqui não vai ser problema. Os LEDs de fundo conseguem atingir uma potência de aproximadamente 2000 nits, garantindo que você consiga assistir esportes, novelas, notícias, desenho - qualquer conteúdo que normalmente assistimos durante o dia, sem problema algum.
Já a S90C, apesar de ser um painel completamente diferente, também teve um ótimo resultado nesse cenário. Acontece que essas OLEDs de 2023 vieram com um brilho muito forte, então aquilo que a gente sempre falava, de OLED não ser bom em ambientes claros, não é mais necessariamente verdade. A tecnologia evoluiu e as telas OLEDs estão tão brilhantes quanto as Mini LED.
Ok, no brilho elas são parecidas, mas e os ângulos de visão? Bem, apesar de ser Mini LED, a QN90C ainda é um painel LCD, então temos sim uma pequena distorção de cores e nitidez na imagem quando a gente assiste num ângulo, mas não chega a incomodar. Já a S90C tem ângulos de visão perfeitos, característica desse tipo de painel. Entretanto, nesse cenário, as duas sofrem muito com os reflexos, já que ambas as telas tem painel glossy, que reflete grande parte da luminosidade do ambiente. Eu não consigo dizer se tem diferença na forma como essas TVs lidam com os reflexos, as duas são ruins nesse quesito.
Mas olhando normalmente, reto para a TV, os dois painéis ficam com uma qualidade de imagem muito boa. Nessas TVs topo de linha, a gente enxerga diferenças, mas fica difícil escolher qual das duas tem uma imagem melhor. Os tons de pele, por exemplo, ficaram mais avermelhados na QN90C. E isso vai ser uma realidade independente do conteúdo que você assistir - o excesso de vermelho sempre está presente, mas é o tipo de coisa que só dá para notar quando comparamos lado a lado com outra TV.
Essa cena do lustre é um exemplo de onde a OLED se saiu melhor que a Mini LED. Apesar da nossa câmera não conseguir captar bem as diferenças, pessoalmente, é bem fácil perceber que a OLED consegue atingir um contraste mais profundo entre os tons de dourado e as sombras do background.
Vale dizer que, durante todos os testes, eu usei nas duas TVs o Filmmaker Mode no padrão de fábrica - dessa forma, a gente consegue garantir que as duas TVs estejam tentando transmitir exatamente o mesmo conteúdo, sem a adição de contrastes, nitidez, ou qualquer outra diferença artificial que possa prejudicar o comparativo.
Assistindo conteúdos em SDR, como canais de TV aberta, notícias, vídeos no YouTube e esportes, é quase impossível distinguir entre as duas. Nesse vídeo de paisagens no YouTube, por exemplo, temos praticamente mesmo resultado em ambas as TVs. Em algumas cenas, eu preferi a forma como a QN90C transmitiu a imagem, já em outas, a S90C me agradou mais, então vai depender de como as duas se sãem na segunda parte do teste de qualidade de imagem.
Qualidade de Imagem - Ambiente escuro
Agora, na segunda parte do teste de qualidade de imagem, a gente vai para um cenário mais ideal para assistir filmes e séries: um quarto escuro, com pouquíssima luminosidade ambiente e todas luzes apagadas. É aqui onde vamos notar as maiores diferenças entre essas duas telas.
A primeira diferença aqui é no brilho: pode até parecer que a TV da direita esteja estourando a imagem, mas essa é apenas a forma como a câmera reage a quantidade de luz que está sendo emitida pelos pixels da tela. Assistindo pessoalmente, as duas não ficam tão diferentes assim, mas é inegável que a S90C consegue atingir um contraste HDR mais intenso.
Investigando isso, eu fui às configurações e notei que a QN90C vem por padrão com o brilho mais baixo que a S90C, 22% contra 36%, mas mesmo quando eu tentei igualar as duas no brilho, a OLED continuou trabalhando o HDR de forma superior.
Outro fator importante a analisar é o blooming, principalmente se você curte assistir filmes com legenda. Ambas as telas funcionam muito bem nesse quesito, não apresentando vazamentos de luz quando o texto branco é exibido em um fundo preto. Mesmo assim, eu identifiquei duas situações em que o blooming se torna visível na QN90C. Uma delas ocorre quando assistimos a partir de um ângulo, resultando no vazamento de luz na legenda e um aspecto esverdeado na imagem.
Uma segunda maneira de identificar o blooming ocorre ao acessar o menu de configurações durante o filme. Nota-se claramente que, apesar da habilidade da QN90C em lidar com o blooming durante a exibição dos conteúdos, em alguns cenários ela não consegue escapar do fato de ser, essencialmente, uma tela LCD, mesmo com suas numerosas zonas de iluminação e painel de pontos quânticos.
Mesmo assim, não dá para dizer que a imagem da QN90C esteja ruim. Muito pelo contrário, eu fiquei surpreso demais com o quão próxima a tecnologia Mini LED consegue ficar da OLED no quesito qualidade de imagem.
Aqui vai depender muito da diferença de preço entre as duas TVs e o quanto você curte assistir filmes e séries no escuro. Pessoalmente, eu escolheria OLED. Apesar do Mini LED ter avançado bastante, na minha opinião, ainda não consegue alcançar a profundidade de uma tela OLED. Nesse cenário escuro, a S90C domina.
Jogos
No quesito jogos, a QN90C deve vencer no comparativo, já que ela é vendida como uma TV Gamer, a questão é que, todas as funções extras que a QN90C tem relacionada a jogos, a S90C tem também.
Como por exemplo a Game Bar, que é acionada quando a gente segura o botão play no controle. Aqui a gente pode fazer algumas alterações na imagem, escolhendo presets definidos ou perfis criados pelo usuário. Tem como trocar artificialmente a proporção da tela também, caso você queira ter aquela experiência ultra wide. Mas para mim, a melhor parte da Game Bar é poder ver se o HDR está ligado ou não, e também a taxa de atualização do painel. É uma forma rápida de ver se as configurações estão ativadas.
Vale mencionar que para aproveitar ao máximo a resolução 4K em 120 Hz, você vai precisar de um console de última geração, como o Playstation 5 e Xbox Series X. Outra alternativa é usar um computador, mas tem que ser bem potente, como o notebook gamer Storm Two que a Avell emprestou para testes. Claro que se você não tem um console atual ou um PC gamer de última geração, ainda dá para aproveitar, mas vai precisar diminuir os gráficos ou jogar games mais leves.
Outro recurso que era exclusivo das TVs Gamers da Samsung mas que agora já estão presentes em vários modelos da marca é o Gaming Hub. Aqui a gente consegue jogar pela Nuvem, através dos serviços pagos GeForce Now e Xbox Cloud Gaming. Independente da TV que você use, a performance nesses serviços por nuvem vai depender muito da sua proximidade do servidor e também da velocidade da internet. Aqui a gente mora no interior, então acaba que o delay e input lag são altos demais para aproveitar a maioria dos jogos na nuvem, mas pode ser uma opção interessante para quem mora em cidade grande e tem internet boa.
Mas afinal, qual das duas é melhor para jogar? Na qualidade de imagem e tempo de resposta, as duas são perfeitas, então vai depender do seu uso: Se você é um gamer intenso e joga 8 horas por dia ou mais, eu não recomendo nenhuma TV OLED. Os jogos geralmente tem vários elementos estáticos como barras de vida, contador de velocidade, minimapa, enfim, esses pixels podem acabar gastando mais rápido que os outros, gerando o famigerado burn-in.
Tem também o fato das TVs OLED da Samsung ainda não estarem tempo suficiente no mercado para termos certeza se apresentam mais ou menos burn-in do que as da LG. Por segurança, se você joga o dia todo, a opção mais indicada é a TV Mini LED. Agora, se você joga apenas algumas horas por dia, o risco de burn-in é praticamente irrelevante.
Sistema Operacional e Performance
As duas TVs rodam exatamente o mesmo sistema operacional. É o Tizen, um sistema dividido em 3 hubs: ambiente, jogos e mídia. Sobre a performance, o Tizen é bem pesado, então não é qualquer processador que vai conseguir rodar ele bem, mas felizmente, estamos tratando de duas TVs topos de linha, então eu não cheguei a notar travamentos enquanto navegava. No quesito sistema operacional e performance, as duas TVs são idênticas.
Controle
O controle também é exatamente o mesmo, o Solar Cell da Samsung. Nas duas TVs ele já vem nessa versão atualizada, num tamanho reduzido. Caso você nunca tenha visto antes, a Samsung coloca em todas as suas TVs novas esse controle carregado por luz ambiente, não precisa fazer nada que ele está sempre recarregando, o que é bem legal. De resto, é o mesmo controle de sempre - temos aqui alguns atalhos para acessar serviços de streaming, botões de canal, volume e comandos de voz, Bixby, Alexa, e por aí vai.
Som
O som é um parâmetro muito importante, já que muitas pessoas optam por ficar só com os falantes da TV, sem conectar áudio externo.
Pelas especificações, o som da QN90C deve ser superior, já que tem 60W de potência em 4.2.2 canais, contra os 40W em 2.1 canais da S90C.
Colocando as duas lado a lado, a gente nota que a QN90C tem mais grave, mas fora isso, eu não vi assim tanta diferença. Ambas estão acima da média quando falamos de som nas TVs, mas mesmo assim eu recomendo você investir num sistema de áudio externo, vale muito a pena.
Conclusão
Mas Mini LED é melhor que OLED? Olha só, depende. No quesito qualidade de imagem, eu digo que é impossível um painel LCD ser melhor que OLED - não importa quantas zonas de iluminação a Samsung coloque num painel LCD, a OLED conseguiu atingir uma profundidade de cores consideravelmente maior, principalmente no teste escuro.
Mas Mini LED tem sim seus pontos positivos: antigamente era o brilho, mas isso já não vale tanto assim, já que todas as TVs OLED que analisamos recentemente vieram com bastante brilho, como a X9900LS da Toshiba, a C3 da LG e a própria S90C.
O segundo ponto positivo da Mini LED é o preço - e nisso elas vencem. A QN90C está custando atualmente R$ 6174 à vista no modelo de 55 polegadas, enquanto a S90C está saindo por R$ 6953. Vai depender do seu uso: se você é chato com qualidade de imagem, e quer ter a melhor experiência possível assistindo filmes e séries no escuro - eu digo que vale a pena gastar mais pela OLED.
Mas se você usa mais a TV na sala e não quer ficar pensando em burn-in, é impossível não ficar satisfeito com a QN90C.
No mais era isso, digite aí nos comentários qual dessas duas TVs você achou mais interessante, se concorda ou discorda com minhas opiniões aqui do vídeo. Foi muito divertido fazer esse comparativo, então também deixe sugestões aí embaixo de quais TVs vocês querem ver. Muito obrigado por ter assistido e até a próxima.
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