De acordo com uma pesquisa internacional, na qual o cientista brasileiro do Museu Nacional , do Rio de Janeiro, também fez parte, o ancestral de todos os mamíferos placentários foi o dinossauro. Assim, o surgimento de animais como cavalo, cão, macaco e o próprio homem, surgiu apenas após a extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos.

Este estudo pode redirecionar os pesquisadores para outro âmbito no que diz respeito ao surgimento dos mamíferos. Alguns trabalhos anteriores indicavam que 70% dos mamíferos do planeta haviam sumido em virtude do impacto de um asteroide que também foi responsável por dizimar os dinossauros.

Assim, para atingir a conclusão atual, os cientistas se embasaram no maior banco de dados do mundo, em que puderam examinar traços genéticos e também morfológicos das diferentes espécies existentes  e após reconstruir uma árvore genealógica dos mamíferos com placenta.

Conforme algumas análises genéticas prévias, os mamíferos já pertenciam a um grupo diversificado ao final do período Cretáceo. No entanto, a partir dos estudos recentes, acredita-se que o surgimento dos animais placentários tenha se situado entre 200 mil e 40 mil anos após a extinção dos dinossauros.

"A análise de um banco de dados gigantesco mostra que os mamíferos placentários não surgiram durante o Mesozóico", afirmou Maureen O'Leary,  professora da Universidade Stony Brook e pesquisadora do Museu Americano de História Natural.

"É cerca de 36 milhões de anos mais tarde do que as estimativas baseadas unicamente em dados genéticos", explicou o brasileiro Marcelo Weksler, paleontólogo do Museu Nacional-UFRJ, um dos 23 coautores do estudo publicado na edição desta sexta-feira da revista científica americana Science.

O primeiro animal com placenta que surgiu na Terra, de acordo com os cientistas, se alimentava de insetos e seria pequeno, muito parecido com um roedor. O animal teria aparecido um pouco após o desaparecimento dos dinossauros, diz uma das autoras do estudo, Maureen O'Leary.  "Espécies parecidas com roedores e primatas não dividiram o espaço na Terra com dinossauros não-voadores, mas surgiram de um ancestral comum - um pequeno animal, insetívoro", apontou Maureen na pesquisa.