O número de vítimas do vazamento dos chamados "nudes", ou seja, imagens de nudez ou sexo, não consentidas caiu na internet no ano passado, revelou o levantamento da ONG Safernet Brasil, que é responsável pelo monitoramento de crimes e violações dos direitos humanos na internet, em parceria com a Polícia federal (PF) e o Ministério Público (MP).

Em 2016, foram registrados 301 casos, isto significa 6,5% a menos que os 322 registrados em 2015. Os dados significam uma reversão se comparados aos indicativos dos últimos anos. Entre 2013 e 2014, o número de vítimas dobrou a cada ano.

As maiores vítimas de 2016 foram mulheres (67%) e pessoas acima de 25 anos (51,1%).

"É difícil a gente conseguir detectar causas, mas é possível que por exemplo hoje você ter uma legislação, o Marco Civil da Internet, possa ter reduzido [as queixas]", afirma Juliana Cunha, da Safernet.

"O fato de poder responsabilizar empresas faz com que elas ofereçam ferramentas para remoção, Google e Facebook já tem isso. talvez isso faz com que as empresas não mantenham isso [nudes] tanto tempo na rede", comenta. "Mas ainda há muitas imagens circulando, principalmente em aplicativos [de mensagem]."

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Aumento do cyberbullying

Como vimos acima, os casos de exposição íntima tiveram declínio. Porém, o de cyberbullying aumentou em 2016. O número chegou a 312, ou seja, 17% superior aos 265 casos registrados em 2015.

O levantamento integra o Dia da Internet Segura, que ocorre na terça-feira (07) em mais de 100 países. Vale mencionar que a entidade possui uma equipe de psicólogos, que atende às vítimas vulneráveis, e ainda fornece orientação de como pedir remoção dos conteúdos ofensivos, bem como acionar a Justiça e até o material que deve ser levado para a delegacia para registrar as ocorrências.