O Google anunciou recentemente que pretende atualizar a política de uso do seu programa de anúncios AdSense. O objetivo é evitar a distribuição de publicidade em sites com notícias falsas. O Facebook, por sua vez, disse que atualizou a política de uso da rede Audience Network, que é responsável pela distribuição de publicidade em sites e aplicativos. Do mesmo modo que o Google, a intenção é acabar com a publicidade em noticias falsas.

"De acordo com a política da Audience Network, nós não integramos ou exibimos publicidade em apps ou sites que exibam conteúdo ilegal ou enganoso, incluindo notícias falsas", anunciou o Facebook em uma declaração pública.

Ambas as empresas estão trabalhando para acabar com a distribuição de notícias falsas em sites e também nas redes sociais que ganham cada vez mais proporções. No geral, elas são feitas com o objetivo de prejudicar empresas, pessoas e eventos públicos.

Nas eleições presidenciais norte-americanas, que ocorreu há pouco tempo, o assunto teve repercussão negativa para o Facebook. Mark Zuckerberg acabou sendo acusado de influenciar os resultados das eleições por conta da distribuição de conteúdos falsos que não foram detectados por seu algoritmo.

O problema da distribuição de conteúdo falso, no entanto, não será tão simples assim de sair de vez do ar, dizem especialistas no assunto. Primeiro porque separar notícias "falsas e verdadeiras" não é uma coisa fácil, admitiu o próprio Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, em um post sobre o que ocorreu nas eleições dos Estados Unidos.

"Os movimentos de segunda-feira podem ser considerados um primeiro passo interessante, mas essas empresas precisam primeiro assumir suas responsabilidades - usar melhor pessoas e máquinas - para entregar notícias para os Estados Unidos e as democracias globais", escreveu o analista de mídia e escritor Ken Doctor.

O Google também teve problemas envolvendo as eleições dos Estados Unidos.  No domingo (13), uma história falsa afirmando que Donald Trump teria vencido Hillary Clinton também nos votos populares acavalou ficando no topo da lista dos resultados de buscas no Google. No entanto, a notícia é falsa, já que Hillary venceu com diferença de mais de 1 milhão de votos na votação popular, mas perdeu votos do Colégio Eleitoral.

"Estamos trabalhando para atualizar nossa política de publishers para proibir anúncios da rede Google a aparecerem em sites enganadores. Além disso, vamos restringir anúncios em sites cujas páginas não são claras ou são enganadoras quanto à real natureza do publisher, do conteúdo ou do objetivo do site", escreveu a Google em comunicado.

"De todo o conteúdo do Facebook, mais de 99% do que as pessoas veem é autêntico. Só uma parte muito pequena são notícias falsas e boatos", escreveu Zuckerberg.