Nada incomum vermos pessoas que passam horas grudados em  seus smartphones. Porém, o que muitos não sabem é que o uso excessivo do aparelho pode acarretar em problemas para a saúde, como dores na coluna, nos pulsos e principalmente nos polegares.

De acordo com o ortopedista Luís Phelipe Cardinali, de São Carlos (SP), algumas pessoas trocam mais de 500 mensagens por dia, com uma média de 30 caracteres cada. Somando tudo isso, por mês somam 420 mil toques. Além das conversas, os jogos também fazem parte do cotidiano de muitas pessoas.

"Esses jogos são a forma que achei para me distrair, aí acaba acalmando um pouco", disse Lucimara Ana Gerônimo, auxiliar de serviços gerais.

O excesso de movimentos repetitivos pode ocasionar problemas para a saúde dos usuários, como o chamado "pescoço de texto", em que o indivíduo relata dores na cabeça ligadas a tensões na nuca, pescoço, braços e ombro.

O especialista explica que tais dores podem estar associadas a posição em que o usuário fica para visualizar a tela do celular.

"Na medida do possível, [é recomendado] manter o celular mais próximo da nossa linha do horizonte para que a gente não precise inclinar a cabeça para enxergar", explicou Cardinalli.

Além disso, outro problema relacionado ao esforço é gerado nos polegares, com uma tendinite denominada "Tenossinovite de Quervain".

"É interessante procurar digitar com outros dedos também, não ó com os dedões. Uma forma é segurar o celular com uma mão e digitar com o indicador, por exemplo", disse.

Para evitar problemas graves futuros é importante procurar um especialista quando as dores surgirem.

"No começo, é importante repouso, proteção e bolsas de gelo, o uso de uma órtese para conseguir descansar o dedo em uma posição boa. E, naqueles casos em que a dor é persistente, a sugestão é procurar um ortopedista para que ele faça um diagnóstico completo e aí, sim, o tratamento, que pode ter alguns anti-inflamatórios, fisioterapia e, em alguns poucos casos, até uma cirurgia", explicou.