De acordo com o estudo IDC Mobile Phone Tracker Q1, realizado pela IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, entre os meses de janeiro e março de 2016 foram comercializados 10.3 milhões de celulares no Brasil, sendo 9.3 smartphones (89.8%) e 1 milhão de features phones (10.2%).

Os números, ao serem comparados com o ano passado, representam queda de 31,9% no mercado total, 34,4% em smartphones e 15,7% em feature phones. No que diz respeito a receita, os smartphones movimentaram R$ 9.2 bilhões, assim, 6,1% a menos do que no primeiro trimestre de 2015.

Diego Silva, analista de pesquisas da IDC Brasil, desde 2015, o mercado de celulares passa por várias transformações, porém, duas delas possuem destaque: "a maioria dos usuários já está na segunda ou terceira compra. Isso faz com que os fabricantes alterem seus portfólios e passem a oferecer celulares com especificações técnicas superiores. Outro ponto é a oscilação do dólar, que obriga o fabricante a repassar os preços mais altos aos consumidores finais", conta.

O estudo da IDC mostra ainda que o ticket médio dos smartphones no primeiro trimestre de 2016 subiu para R$ 1139,23, já no mesmo período do ano passado era de R$ R$ 790,52.

"Duas faixas de preços tiveram crescimento. A de valores entre R$ 1 mil a R$ 1299 cresceu 321,9%, e a acima de R$ 3 mil teve um aumento de 110,6%. Há um ano, por exemplo, os aparelhos com valores entre R$1 mil e R$ 1299 representavam 4,4% do total do mercado. Hoje, representam 28,4%", completa o analista da IDC.

No que diz respeito aos features phones, as vendas de 1 milhão de aparelhos no primeiro trimestre de 2016 está de acordo com o movimento de queda já constatado em 2015. No ano todo foram comercializadas 4,2 milhões de unidades. De acordo com Silva, isso está de acordo com a operação dos fabricantes de celulares.

De acordo com Silva, isto é reflexo da operação dos fabricantes de celulares, já que existe uma concentração de players no mercado de features phones. "Em 2013 tínhamos dez grandes fabricantes. Hoje, temos quatro, que representam 95% do total de aparelhos vendidos".

Já para 2016, a IDC prevê queda de 17% no mercado total de celulares e de 16% apenas no que diz respeito a smartphones. "Muitos fabricantes estão passando por dificuldades no país e não investirão em lançamentos. Isso impacta agressivamente o mercado, mas por outro lado abre espaço para players menores atuem com mais força. Não podemos esquecer que 35% da população ainda vai adquirir o primeiro smartphone", diz ainda Diego Silva.