No Brasil, 58% da população está conectada à internet. Os dados foram revelados pelo relatório State of Connectivity 2015, liberado pelo Facebook na última semana. Este é o segundo estudo anual feito pela rede social, que analisa o estado de conectividade global e as mudanças em relação a 2014, quando o relatório começou a ser produzido. Estes dados são importantes para o Facebook, devido ao Internet.org, iniciativa que visa conectar o mundo inteiro.

Neste último ano, houve um aumento de quase 10% na quantidade de brasileiros online, se comparado com o ano anterior. Mesmo assim, 86 milhões de pessoas no Brasil ainda não têm acesso à internet.

No mundo, 4,1 bilhões de pessoas não estão conectadas a rede, no entanto o Facebook estima que até 2020 este número se reduzirá para apenas 3 bilhões. Atualmente, 3,2 bilhões de pessoas têm acesso à internet no mundo, o que significa dizer que 43% da população mundial está conectada. Houve um crescimento de 10% em relação a 2014, quando 2,9 bilhões de pessoas estavam online.

No ranking dos países com maior cobertura de rede, o Brasil ocupa a 78° posição, de 202. Ele está atrás de países como Rússia, Árabia Saudita, Malásia e Israel. Os países que ocupam os cinco primeiros lugares no ranking são Islândia, Bermudas, Noruega, Dinamarca e Andorra.

O Facebook quer mudar a realidade do número de pessoas que ainda não estão conectadas à internet. Para isso, lista as principais barreiras que restringem o acesso:

  • Disponibilidade: A proximidade da infraestrutura necessária exigida para o acesso.
  • Acessibilidade: O custo do acesso em relação à renda.
  • Relevância: A razão para o acesso, como conteúdo idioma principal.
  • Readiness: A capacidade de acesso, incluindo habilidades, conhecimento e aceitação cultural.

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Tendo em vista estes quatro aspectos, a rede social de Mark Zuckerberg avalia a distribuição da internet ao redor do mundo através de pesquisas de campo, coleta de preços e outros dados, além de um mapeamento por satélite. Para isso ela conta com parceiros, como por exemplo, a Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, que trouxe dados sobre a distribuição da população em 20 países. Isto ajuda o Facebook a ver as áreas em que as pessoas estão concentradas e comparar com os investimentos em infraestrutura governamentais, priorizando onde há maior concentração populacional.

Como fazer para que mais pessoas acessem à internet?

Uma das formas de aumentar o número de pessoas conectadas a rede é diminuindo o custo de dados. O próprio Facebook cita algumas alternativas, como uma cobrança de tarifa diferente feita nas Filipinas (Por mega, que também varia com o tempo de navegação). Contudo, acessar a internet se torna mais caro para quem não tem um smartphone (2,7 bilhões de pessoas). No Brasil, o custo das redes móveis não é barato, mas vem caindo. Segundo os dados analisados, inovações tecnológicas e competições de mercado fizeram com que os preços dos megabytes caíssem 12% em 2014 nos países em desenvolvimento. No Brasil, o custo médio por 500 MB é de US$ 8,46, quantia que 53% da população pode pagar, conforme o relatório.


Modelo de cobrança da internet nas Filipinas, que leva em conta vários fatores

Outro ponto interessante é a questão do idioma. Para acessar a internet é necessário ter um certo conhecimento na língua inglesa. O relatório do Facebook aponta que, de 7 mil línguas existentes no mundo, apenas 55 têm conteúdo relevante online. 67% da população falam pelo menos um desses 55 idiomas como língua primária ou secundária. Para esse número chegar a 98% da população global, 800 idiomas deveriam ser abrangidos.

O relatório cita ainda outras abordagens para que se consiga superar os desafios que a penetração global da internet enfrenta. Para ler o relatório completo, que está disponível apenas em inglês, clique aqui.