Mas o que são os pentaquarks? "São compostos de 'quarks', componentes básicos de prótons e nêutrons, todos eles reunidos em uma só configuração, que em mais de meio século de pesquisa experimental, jamais haviam sido observados", declarou o porta-voz do LHCb do Cern, Guy Wilkinson.

Ainda em relação aos pentaquarks, Wilkinson declarou que "o estudo de suas propriedades podem nos permitir entender melhor como compreender a matéria comum, isto é, os prótons e nêutrons de que todos nós somos compostos".

Mas essa não é a primeira vez que os cientistas acreditam na existência desta nova classe de partículas, já em 1964, os físicos, Murray Gell-Mann e George Zweig - cada um em sua tese - acreditavam na existência da mesma, ambos acreditavam que as propriedades mais importantes de partículas conhecidas como "bários e mésons" deveriam ser mais bem explicadas se elas fossem formadas por partículas ainda menores. Na ocasião, Zweig denominou as partículas menores de "ases", denominação que não conseguiu se popularizar já Gell-Mann as denominou de "quark", reconhecida até os tempos de hoje. O modelo proposto pelos pesquisadores na época permitiu ainda a descoberta de outros estados do composto, bem como o "pentaquark", partículas estas que até ontem eram dadas como apenas teórica, mas ontem foi revelado que elas são compostas de "quatro quarks e um antiquark".

No início dos anos 2000, várias equipes de pesquisadores acreditavam ter encontrado os pentaquarks, mas sempre questionadas por outras experiências. Em declaração feita a BBC, um dos pesquisadores e divulgador da nova classe de partículas, Patrick Koppenburg, declarou que: "Com tantas histórias envolvendo os pentaquarks, queremos ter o máximo de cuidado ao apresentarmos esta pesquisa", afirmou o físico coordenador do LHC no Cern.

Em conclusão a explicação de Koppenburg, o físico do LHC, Tomasz Skwarnicki, da Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos disse que: "Após a palavra "pentaquarks" parecer ser amaldiçoada, examinamos todas as possibilidades para estes sinais e chegamos à conclusão que eles só podem ser explicados pela existência dos estados de matéria, como sendo realmente pentaquark".

Vale ressaltar que experiências anteriores haviam medido apenas a denominada distribuição de massa, ao qual um pico estatístico pode aparecer como um possível sinal da existência de uma nova partícula, no entanto os estudiosos foram mais além, o colisor, permitiu que eles analisassem os dados de outra forma, entre elas, os quatro ângulos definidos pelas direções variadas das trajetórias das partículas dentro do LHC, fazendo com que a equipe identificasse a existência do pentaquark prestando a atenção no decaimento de um bárion, conhecido como Lambda b. Como o elemento se dividiu em três partículas já conhecidas pelos físicos, eles então observaram um estado de transição em que duas partículas não observadas anteriormente puderam ser identificas. Este resultado diferente é fruto, segundo o Cern, de uma experiência que foi capaz de buscar pentaquarks de vários ângulos diferentes.

A partir de agora, os cientistas irão analisar como os quarks estão vinculados no interior dos pentaquarks.