De acordo com um estudo, ler em tablets e também em e-readers antes de dormir atrapalha a qualidade do sono. O estudo foi realizado por pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard e publicado em uma revista científica.

A pesquisa durou duas semanas, e contou com a participação de 12 voluntários. Neste tempo, eles tiveram que revezar a leitura de um livro físico e através de plataformas eletrônicas.

Os cientistas concluíram que ler em telas que emitem luz prejudica no sono, sendo que os voluntários demoraram, em média, dez minutos a mais para pegar no sono. Além disso, eles tiveram dez minutos a menos de sono na fase REM, ou seja, na fase de sono mais profundo.

Conforme exames sanguíneos, os voluntários que tiveram o sono prejudicado apresentaram menos melatonina, um hormônio que tem como função, entre outras, regular o sono.

"Deficiências no sono são associadas ao aumento de doenças cardiovasculares, distúrbios metabólicos como obesidade e diabetes e câncer", disse o professor Charles Czeisler, líder do estudo.

"A luz emitida pela maioria dos e-readers é refletida diretamente nos olhos do leitor, enquanto com livros impressos ou Kindle, o leitor é exposto apenas à luz refletida nas páginas dos livros", disse o estudioso.

No entanto, por ser um grupo limitado de voluntários, a credibilidade do estudo fica comprometido. Porém, este é um primeiro indício científico de como a iluminação dos aparelhos eletrônicos pode ser nocivo ao sono. Para aprofundar o estudo seria necessário uma nova avaliação, com um número maior de voluntários.

Os usuários de Kindle que ficaram aliviados com a pesquisa podem voltar a se preocuparem, já que, de acordo com os pesquisadores de Harvard, qualquer dispositivo com tela iluminada, seja Kindle, iPad ou mesmo um notebook, podem causar distúrbios no sono, pois emitem luzes artificiais de LED ou mesmo fluorescentes.