Em uma audiência pública promovida pela CPI do Tráfico de Pessoas na Câmara, nesta terça-feira (8), o gerente de relações governamentais do Facebook no Brasil, Bruno Magrini, rebatou as criticas de que a empresa não estaria colaborando com as autoridades sobre o comércio de crianças na rede social.

Magrini disse que o Facebook adota "tolerância zero" com o crime de pessoas e ainda incentiva os usuários a denunciar qualquer prática ilegal dentro da rede.

"A empresa mantém uma estrutura robusta para denunciar conteúdo ilegal, que inclui links em páginas do site do Facebook, sistemas que priorizam as denúncias mais sérias e uma equipe de analistas multilíngue disponível 24 horas por dia que responde a essas denúncias e encaminha para as autoridades policiais, se for necessário", afirmou Magrini.

O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) foi o responsável pela solicitação de uma audiência para que a rede social pudesse explicar as denúncias sobre a facilitação da compra e venda de bebês.  Jordy afirma que a intenção é ouvir o Facebook sobre a dificuldade enfrentada pelas autoridades policiais em conseguir mensagens trocadas entre as mães que querem vender seus filhos e os possíveis compradores.

"Esse mercado [de tráfico de pessoas] movimenta algo em torno de U$ 32 bilhões por ano e o Brasil está entre os 10 países que mais se utiliza dessa prática", disse Jordy. "Precisamos coibir ou pelo menos ter mais facilidade para, quando identificadas práticas dessa natureza, garantir que essas empresas disponibilizem as informações para que os crimes sejam combatidos", disse ainda o deputado.

A Polícia investiga o caso de uma jovem de Pernambuco, de 19 anos, que teria trocado mensagens em um grupo do Facebook, chamado de "Conversando sobre adoção de crianças e adolescentes", que teria anunciado a venda da sua filha pelo valor de R$ 50 mil.

Magrini, em resposta ao deputado, disse que no caso da jovem pernambucana, as autoridades fizeram o pedido de informações enviando apenas a imagem capturada de tela de computador e não a url. "As autoridades policiais precisam estar familiarizadas com as informações técnicas que precisam enviar a empresas como o Facebook, para que seja possível localizar o conteúdo desejado", disse Magrini.

O representante do Facebook citou que quando as informações necessárias chegaram à empresa, "a página já havia sido retirada pela pessoa que a criou".