Cientistas australianos da Universidade de Monash estão desenvolvendo um olho biônico capaz de devolver a visão a pessoas que sofrem de doenças graves nos olhos e também a pessoas que sofreram acidentes.

O dispositivo funciona com uma pequena câmera que registra imagens do ambiente e as transmite sem algum tipo de fio a um chip implantado na parte traseira do cérebro, estimulando assim o córtex visual da pessoa.

O modelo até o momento analisado pelos pesquisadores utiliza um óculos com câmera instalada na parte externa e um sensor de movimento ocular na parte interna das lentes, para que seja assim possível registrar as imagens conforme a direção do olhar. Os óculos são equipados também com um transmissor de sinal e um processador digital, instalados nas hastes do mesmo.

O chip que é implantado no cérebro da pessoa logo abaixo do crânio, recebe as informações do ambiente externo e assim estimula o córtex visual através de pequenos eletrodos, aos quais permitem que o cérebro da pessoa interprete as imagens.

De acordo com os cientistas, essa nova tecnologia irá permitir que pessoas cegas consigam visualizar objeto como uma série de pontos ou blocos de cores, sendo que, além disso, o dispositivo poderá agregar outras ferramentas bem como um software de reconhecimento facial, o que ajudará na hora de reconhecer pessoas.

Para o diretor do projeto, professor e pesquisador, Arthur Lowery, o reconhecimento facial será um grande avanço para o dispositivo, sendo que ele declarou em entrevista ao jornal The Guardian que: "Isso para nós significa muito, pois deficientes visuais poderão entrar em uma reunião e saber quem são os presentes".

Ainda em relação ao olho biônico, o mesmo não utiliza o sistema óptico humano, sendo que assim poderá solucionar muitos casos de cegueira total ou absoluta.

Para o professor Lowery, o sistema funcionará muito bem para pessoas que perderam a visão ou obtiveram doenças como degeneração macular ou glaucoma, já para pessoas que possuem uma visão residual, o dispositivo não é adequado, pois ele fornece uma possibilidade de reconhecimento diferente do ambiente.

Vale salientar também que o óculos da Universidade de Monash, não é indicado para pessoas que jamais conseguiram enxergar alguma coisa desde seu nascimento, pois o aparelho visa estimular o córtex do cérebro para pessoas que sabem reconhecer formas e objetos. O lançamento dos óculos biônico poderá acontecer até o final de 2014, depois que os pesquisadores testarem muito bem o modelo sugerido.