A partir do dia 1º de janeiro de 2018, os consumidores poderão solicitar a adesão à tarifa branca de energia elétrica, que basicamente é a escolha da adoção de preço diferente de acordo com o horário de consumo, o que já ocorre em países da Europa. Com a tarifa branca, a energia consumida fora do horário de pico será mais barata, porém, é importante que cada consumidor conheça o seu perfil de consumo na hora de optar entre a tarifa branca e a convencional.

Com as novas regras, nos dias úteis o preço da energia será dividido em três postos horários: ponta, intermediário e fora de ponta. O horário de ponta, com a energia mais cara, terá duração de três horas, geralmente na parte da noite. A taxa intermediária será uma hora antes e uma hora depois do horário de ponta. Nos feriados nacionais e nos fins de semana, o valor é sempre fora de ponta. As faixas de horários variam de acordo com a distribuidora que atende a região.

Comparativo entre as tarifas
Comparativo entre as tarifas

É importante observar em que horários você e sua família costumam fazem uso do chuveiro elétrico e dos eletrodomésticos, como ar condicionado, forno elétrico, micro-ondas, ferro de passar roupa e secador de cabelos que geralmente os que mais consomem energia. Se optar pela Tarifa Branca, você pode adotar hábitos que priorizem o uso desses itens fora do período de ponta. O chuveiro elétrico é o elemento da residência que mais consome energia, portanto, se você utiliza chuveiro a gás, a adesão à tarifa já pode se justificar sem a necessidade de alterar o padrão de consumo. 

A distribuição do consumo ao longo do dia deve resultar em postergação de investimentos na rede de energia. A adoção da tarifa branca tem um impacto significativo nos processos de medição e eficiência energética que as distribuidoras de energia adotam. O uso da tecnologia será fundamental para colher os dados de consumo remotamente, cruzar esses dados e direcionar melhor ações de eficiência energética na distribuição de energia. Atualmente, a tecnologia de medição e análise de dados da CAS Tecnologia está presente em 20 das 26 concessionárias do país.

Com a adesão da Tarifa Branca por grande parte dos brasileiros, o hábito de consumo de energia no país deve mudar, resultando em melhora e aumento da eficiência das distribuidoras de energia e diminuição de custos repassados à sociedade. Um amplo programa de comunicação por parte do governo sobre as vantagens da Tarifa Branca seria de fundamental importância.

A Aneel determina um cronograma de 3 fases: (1) Unidades que consomem mais de 500 quilowatts-hora (kWh) em média por mês poderão optar por aderir à tarifa branca a partir de 2018; (2) para quem consome entre 250 e 500, a partir de 2019; (3) e o restante das unidades a partir de 2020. Caso a unidade que aderir não fique satisfeita, poderá retornar para a tarifa convencional depois de 30 dias. Se mudarem de ideia novamente e quiserem voltar para a tarifa branca, só poderão fazê-lo depois de 180 dias. Vale ressaltar que a tarifa diferenciada não valerá para os grandes consumidores, como as indústrias, nem para quem é incluído na tarifa social de energia.

Para aderir à tarifa branca, os consumidores precisam formalizar sua opção na distribuidora a partir de janeiro do ano referente ao planejamento. A distribuidora irá instalar um novo tipo de medidor de energia que contabilize o consumo para os diferentes postos horários. Os custos do medidor e do serviço serão de responsabilidade da distribuidora.  A expectativa da ANEEL é que 2,5 milhões de unidades consumidoras façam a adesão à tarifa branca nessa primeira fase.