Os efeitos do novo coronavírus já podem ser sentidos na produção da indústria eletroeletrônica brasileira. De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e compilados pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), o setor registrou queda de 7% em fevereiro se compararmos com o mesmo período de 2019.

Agora quando falamos do segmento de equipamentos de comunicação, que inclui os smartphones, os números são ainda maiores, atingindo 19,3%. O IBGE aponta que esses resultados foram influenciados por conta da queda de 10,6% na produção de eletrônicos e de 3,6% na produção de elétricos.

A indústria eletrônica também enfrentou problemas, somando uma redução na produção de bens de informática, que inclui computadores, de 10,5%. A produção de dispositivos de áudio e vídeo caiu 12,1%, mas curiosamente, a de componentes eletrônicos cresceu 23%.

Indo para área elétrica, foi o setor de lâmpadas que somou a maior queda, tendo uma produção 13% menor em comparação com fevereiro do ano passado. A produção de geradores, transformadores e motores caiu em 8,7%. Pilhas e baterias também registraram uma redução de 7,6%.

Humberto Barbato, presidente da Abinee, disse em uma entrevista: "Esse desempenho negativo na produção de produtos eletrônicos já era esperado devido ao impacto do novo coronavírus". Segundo o executivo, as fabricantes de smartphones e computadores foram as primeiras afetadas por conta da falta de componentes vindos da China.

No mês passado, uma pesquisa feita pela Abinee mostrou que 70% da indústria de eletrônicos foi prejudicada devido a falta de peças essenciais na produção, algo que fez muitas empresas fecharem suas fábricas ou reduzirem bastante as operações.

A Samsung, por exemplo, deu férias coletivas para seus funcionários da fábrica de Campinas (SP) até 12 de abril, enquanto que a Flextronics, responsável pela produção da Motorola, paralisou todas as atividades em fevereiro. A brasileira Multilaser também fez reduções, trabalhando apenas com 50% dos funcionários nas fábricas de Manaus e Extrema.