Na última quarta-feira (27), a Anatel anunciou, durante um webinar em parceria com a ABINC e a Kore Wireless, o início de uma consulta pública sobre o destino das redes 2G e 3G. Segundo Vinicius Caram, Superintendente da agência, o objetivo é alinhar o Brasil com tendências globais, buscando soluções e modelos de negócio benéficos para todos.

A iniciativa não pretende desativar as redes existentes de imediato, mas sim garantir que os novos dispositivos suportem ao menos duas tecnologias diferentes. Isso facilitará a futura transição e otimizará o uso do espectro de frequências. Ou seja, a Anatel quer garantir que novos produtos sejam homologados e tenham pelo menos uma tecnologia superior ao 3G.

A discussão sobre essa transição começou no Brasil em outubro do ano passado, durante o evento Futurecom. A consulta pública realizada na época recebeu 55 contribuições, com 20% apoiando a suspensão da homologação de produtos exclusivos para 2G ou 3G, enquanto 80% se mostraram a favor de não permitir mais equipamentos que suportem apenas essas tecnologias.

No interior do Brasil

A maioria dos ocupantes de cargos que determinam quais redes devem ou não ser usadas, dificilmente se deslocam a áreas remotas do país, onde sequer existe sinal de celular. Muitas localidades do interior do Brasil usam das redes 3G para ter o mínimo de conectividade possível.

Eu moro em uma cidade onde o sinal 4G pega bem, 5G ainda não existe aqui. Mas geralmente ao me deslocar para visitar meus pais, existem localidades, incluindo a rodovia principal de acesso, que o celular sequer consegue encontrar algum sinal de rede.

O desligamento, mesmo que futuramente, das redes 3G precisa ser muito bem avaliado.

No mundo

Globalmente, 177 redes 2G e 3G já foram desligadas em 59 países. Até agora, 73 operadoras de 43 países estão finalizando ou já concluíram o desligamento do 2G, e 52 operadoras de 33 países estão em processo de desativação do 3G. Além disso, outros 24 operadores de 15 países planejam desligar estas redes ainda este ano.