Sabe aquela cena de ficção cientifica em que um robô realiza uma ligação, mas a voz é tão semelhante a humana que confunde a cabeça de quem atende do outro lado da linha. Pois bem, isso parece estar mais próximo da realidade do que imaginamos, isso porque a Google apresentou está nova funcionalidade integrada a sua assistente pessoal. E muitas outras novidades estão por vir com o uso da inteligência artificial.

Com isso, o objetivo da empresa é fazer com que a assistente pessoal consiga chegar a uma linguagem mais natural, ou seja, menos robótica. Atualmente, as assistentes realizam os comandos e atendem aos pedidos do usuário, como se fosse uma secretária particular.

Durante o evento Google I/O 2018, a companhia apresentou o robô telefonista, que na verdade é o "Google Assistente" com a possibilidade de conversar, isso mesmo, de conversar com estranhos, assim que é solicitada uma ligação do usuário, por exemplo, a assistente realiza o agendamento de horários em estabelecimentos comerciais, marca reuniões e por aí vai. A diretora do Google responsável pelo produto, Lilian Rincón, destacou que "A voz é superpoderosa, 60% dos estabelecimentos não têm presença online, e as pessoas não gostam de pegar o telefone. Isso vai ajudá-las."

Assista ao vídeo da chamada (inicia em 36min15s) do Google I/O: 

Sundar Pichai, CEO do Google, disse "A inteligência artificial representa uma gigantesca oportunidade de transformar diversas áreas".

O principal objetivo é melhorar cada vez mais as funcionalidades do Google Assistente e a inteligência artificial chega para tornar os processos mais simplificados, como no caso, de agendar uma reunião, por exemplo, a funcionalidade apresentada pela empresa permite que assim que solicitado a assistente virtual, uma reunião passa a ser agendada por ela sem a necessidade do usuário falar ao telefone, detalhe, sem a voz de um robô, com uma voz muito semelhante a humana. "Imagine que você é um negócio, eu te ligo e digo, 'Oi, eu sou o Google'."

Contudo, a novidade não tem data estabelecida para chegar a Assistente Pessoal, um dos motivos seria que o Google ainda não definiu se vai avisar quem está do outro lado da linha que é um robô falando ou não.

Rincón ressaltou ainda que a nova função não consiste somente em efetuar uma ligação e agendar um compromisso, mas também em anotar na agenda do aparelho e enviar lembretes. Em casos de não conseguir efetuar uma ligação, ela solicita ao usuário se pode retornar a ligação.

Além disso, uma outra novidade vai influenciar no e- commerce, a assistente também terá a capacidade de dar informações sobre produtos, enviar fotos e também dar informações sobre preços, dependendo da loja que ofertar o item, a pesquisa e demonstração dos detalhes do produto pela Google Assistente poderá resultar em uma compra. A diretora, salienta que "As marcas já perceberam que isso é a próxima onda. Elas já querem construir esses apps de voz".

Com base nas informações armazenados nos serviços do Google, do Gmail ao calendário, a assistente vai informar os compromissos diários do usuário, assim como vai recomendar o melhor trajeto para chegar ao destino do compromisso. O recurso passará por uma fase de testes internos, com informações listadas no Google Maps, contatos com estabelecimentos e em atualização de horários de funcionamento.

Robôs com Inteligência Artificial vão recomendar estabelecimentos com base nas suas preferências

O Maps passará a contar com a inteligência artificial para encontrar estabelecimentos com base nas informações pessoais dos usuários. Com isso, assim que alguém realizar uma busca por restaurantes, por exemplo, o serviço vai passar a listar os que mais recebem clientes. O principal objetivo com a nova funcionalidade é recomendar um restaurante que vá agradar ao usuário.

O vice-presidente do Maps no Brasil, Luiz Barroso, disse "Você não quer saber se é só um restaurante de comida baiana, mas se é um lugar de que você vai gostar".

Para chegar a um resultado satisfatório, o Google vai levantar todas as informações pertinentes às suas preferências culinárias, assim como vai levantar informações sobre o restaurante. Com isso, vai comparar as duas questões para chegar a uma sugestão.

"Quando a gente mistura o que a gente sabe sobre o mundo com o que a gente sabe sobre o usuário, isso ajuda a simplificar o processo de escolher lugares para você visitar com sua família e com seus amigos. Com pouca informação dos usuários e muita informação do produto, a gente consegue fazer a mágica acontecer. Digamos que você visita cinco restaurantes com uma certa frequência e existe uma coisa que liga esses cinco restaurantes. Quando analisamos, começamos a entender que existe mais restaurantes parecidos.", completou Barroso.

Para isso, os algoritmos que envolvem o processo, buscam por informações diversas, questionando "A pessoa gosta de jantar em locais próximos à casa dela?", "Que tipo de comida?", "A decoração do lugar importa?". "Esses modelos criam um vetor de números que descrevem o lugar, mas que não dizem nada em particular para um ser humano. E essa é a coisa louca.", destaca o vice-presidente no Brasil.

E a sua privacidade?

Rincón informou que "As pessoas sempre têm controle total de suas atividades. Você pode ver o que o Google Assistente ouve. Se você não quer que ele ouça, pode deletar imediatamente. E ele não ouve a não ser que você dê permissão a ele".

Os dois representantes da empresa afirmam que o usuário pode controlar o uso de seus dados pelos dois serviços, ou seja, tanto pelo Maps como pela Google Assistente e também ressaltam que os dois recursos utilizam intensamente todas as informações que o Google consegue obter sobre as pessoas.

Veja todas as novidades apresentadas na conferência do Google I/O 2018.