O Facebook confessou, na terça-feria do dia 5, que tem parcerias para compartilhamento de dados com pelo menos quatro empresas chinesas, que são a Huawei, OPPO, TCL Group e a Lenovo Group que produz computadores. A Huawei, a terceira maior fabricante de smartphones do mundo, está no momento sob vigília da agência de segurança dos Estados Unidos.

Isso acontece após o jornal The New York Times ter publicado um relatório no qual acusava a rede social de ter compartilhado um grande número de dados de seus usuários para cerca de 60 empresas fabricantes, para que elas assinassem um contrato a fim de recriar experiências parecidas com o Facebook para seus usuários. Grandes nomes estão na lista, como Amazon, Apple e Samsung.

Uma onda de preocupação atingiu os membros do Congresso americano após a publicação desse relatório, o qual dizia que os dados de amigos dos usuários poderiam ter sido usados sem o consentimento explícito de cada um. Já o Facebook havia negado essa prática, dizendo que o acesso aos dados servia para permitir que seus usuários acessem os recursos da conta em dispositivos móveis.

Dono do Facebook dando depoimento ao Congresso.
Dono do Facebook dando depoimento ao Congresso.
Mesmo com a rede social negando, o caso demonstra a mesma ação usada no outro caso escandaloso da Cambridge Analytica. O Facebook também prometeu na terça que vai encerrar sua parceria com a Huawei até o fim da semana e que está terminando as outras três parcerias com as empresas chinesas também.

Estas empresas chinesas estão sob investigação de autoridades de inteligência dos EUA, que afirmam que elas oferecem uma oportunidade para a espionagem estrangeira, ameaçando a estrutura crítica do país. Sobre isso, os chineses sempre negaram.

 

Preocupações com a Huawei

A Huawei é uma preocupação especial para o Departamento de Comunicações dos Estados Unidos, principalmente por eles acreditarem que a empresa poderia ser uma porta de entrada para espionagem estrangeira, como dito acima. A empresa e o governo Chinês negam as acusações. Lembrando que a Huawei confirmou ontem que voltará ao mercado brasileiro de smartphones.

Nesse contexto, o senador Mark Warner, que também é vice-presidente do Comitê de Inteligência, perguntou à rede social se a Huawei era uma das empresas que estavam recebendo dados, pois em 2012 o Comitê levantou preocupações sobre a empresa. Em um comunicado, Werner disse:

"A notícia de que o Facebook forneceu acesso privilegiado à API do Facebook para fabricantes de dispositivos chineses como Huawei e TCL levanta preocupações legítimas, e estou ansioso para saber mais sobre como o Facebook garantiu que as informações sobre seus usuários não fossem enviadas para servidores chineses".

Como resposta, Francisco Varela, vice-presidente de parcerias móveis do Facebook, disse que a rede social administrou tudo cuidadosamente. "O Facebook, juntamente com muitas outras empresas de tecnologia dos EUA, trabalhou com eles e outros fabricantes chineses para integrar seus serviços a esses telefones. As integrações do Facebook com a Huawei, Lenovo, OPPO e TCL foram controladas desde o início - e aprovamos as experiências do Facebook que essas empresas construíram".

Ele ainda acrescenta que quer deixar claro ao Congresso que todas as informações dessas integrações com a Huawei ficaram armazenadas no dispositivo e não nos servidores da empresa.

Fonte: Venture Beat