Para quem adora assistir fenômenos da natureza e o melhor, sem precisar de nenhum tipo de equipamento específico, tem a oportunidade de se divertir com a próxima chuva de meteoros. Durante esta última semana de julho, o fenômeno Delta Aquarids tem dado um show nos céus do Brasil, deixando rastros de pelo menos cinco meteoros por hora. Mas como o show tem que continuar, a chuva de meteoros Alpha Capricornids pode ser observada até os primeiros dias de agosto.

Alpha Capricornids: chuva de meteoros explosivos

Assim como já ocorre na chuva de meteoros Delta Aquarids que tem deixado rastros nos céus de todo o Brasil durante esta semana, a Alpha Capricornids poderá ser vista por vários dias e não existe um dia de pico. Mas além dos rastros, uma particularidade deste fenômeno é que haverá pequenas explosões, tornando a observação muito mais interessante.

Marcelo Zurita, diretor técnico da Bramon (Rede Brasileira de Meteoros), explica que a Alpha Capricornids é provocada pelos fragmentos deixados no espaço pelo cometa 169P/NEAT, descoberto em 2002. As explosões são causadas pela matéria desses detritos que se desprendem do astro a cada vez que ele passa perto do Sol e ficam mais densos quando comparados com outros cometas.

"No caso da Delta Aquarids, bem como da maioria das chuvas de meteoros, o observador consegue enxergar um risco luminoso no céu com brilho quase que constante. Já no caso da Alpha Capricornids, a vista é de um risco luminoso seguido por um momento súbito de brilho."

Meteoros com explosões

O show desta semana promete a visualização de alguns bólidos, isto é, meteoros de luminosidade mais intensa do que o planeta Vênus e que terminam com uma explosão. O astrônomo Carlos Jung, do Observatório Heller&Jung, registrou o momento exato de um meteoro explosivo da chuva Alpha Capricornids que cruzou o céu de Taquara, no Rio Grande do Sul, durante a madrugada do dia 28 para o dia 29 de julho.

Confira a imagem:

Meteoro que iluminou o céu de Taquara, no Rio Grande do Sul. (Imagem: CARLOS JUNG / BRAMON)
Meteoro que iluminou o céu de Taquara, no Rio Grande do Sul. (Imagem:Reprodução/CARLOS JUNG/BRAMON)

Segundo Zurita, vale salientar que apesar de a Alpha Capricornids ser uma chuva de baixa intensidade, a Bramon tem registrado uma atividade atípica desde o início de julho. No começo do mês, houve um registro de pelo menos 80 meteoros desse tipo em uma única noite, o que pode indicar a presença de meteoros esporádicos, além daqueles que realmente pertencem à chuva Alpha Capricornids.

Alpha Capricornids ou meteoro esporádico?

Para identificar se o meteoro visto se trata de um da Alpha Capricornids ou um meteoro esporádico, Zurita explica que basta ter como referência o planeta Júpiter — que, este ano, coincidentemente, está próximo no céu da estrela Alpha Capricorni.

Geralmente, Júpiter é o corpo celeste mais brilhante no céu. Mas se você tem dificuldades em localizá-lo, então é necessário utilizar um sistema que possa fazer isso. Felizmente, existem aplicativos astronômicos de simulação do céu, no qual a câmera do celular identifica planetas e constelações no céu. Os dois mais conhecidos são o Sky View Lite e Stellarium, ambos disponíveis para Android e iOS.

Depois de localizar Júpiter, agora use a imaginação para traçar uma linha no céu partindo desse ponto específico. Se o meteoro cruzar essa linha, então ele faz parte da coletânea da Alpha Capricornids. Caso contrário, é apenas um meteoro esporádico.

Como e quando observar a chuva de meteoros?

Para acompanhar a chuva de meteoros, basta olhar para o céu em qualquer uma das direções. O melhor horário será entre meia noite e meia noite e meia, quando a Constelação de Capricórnio já estará bem alta no céu e a Lua ainda não estará em evidência. Atualmente, o satélite natural da Terra está com 75% de seu brilho aparente, o que pode ofuscar um pouco a visualização.

Como dica e se for possível, se desloque de lugares com muita iluminação, como cidades de grandes metrópoles, para um lugar mais aberto como um sítio ou uma chácara. Assim, é possível observar o radiante fenômeno da chuva de meteoros, evitando ofuscação e distrações.