Uma grande parte do foguete chinês Longa Marcha 5B está viajando na órbita da Terra de forma descontrolada, a uma velocidade gigantesca. De acordo com os especialistas, ele deve perder altitude nos próximos dias e deve cair em algum lugar da Terra logo depois. Por enquanto, ninguém pode dizer com certeza onde ele cairá.

Conhecido também como lixo espacial, o objeto em questão se trata do primeiro estágio do foguete Longa Marcha 5B, lançado pelos chineses na semana passada para levar à órbita o primeiro módulo de sua futura estação espacial. Depois de concluir sua missão, a peça foi desconectada e descartada no espaço ao redor de nosso planeta, a uma altitude de 375 km do ponto mais distante e 170 km no ponto mais próximo.

No entanto, neste exato momento, o Longa Marcha 5B está viajando a uma velocidade de 27.600 quilômetros por hora, o que é mais de vinte vezes a velocidade do som. Com esta velocidade, ele inevitavelmente perderá altitude e reentrará na atmosfera da Terra já nos próximos dias.

Qual o nível de estrago?

Geralmente, objetos de pequeno porte que entram na atmosfera da Terra são incinerados e desintegrados por conta das altas temperaturas geradas. Um exemplo recente disso foi quando parte do asteroide GW4 riscou o céu da Flórida durante o mês passado, até explodir no céu e sumir.

Contudo, não estamos falando de um objeto relativamente pequeno. O primeiro estágio do foguete Longa Marcha 5B tem 33 metros de comprimento, 5 metros de diâmetro, e seu peso gira em torno de 21 toneladas. Isso significa que mesmo que as altas temperaturas tentem incinerar o objeto, uma parte considerável dele ainda pode atingir algum lugar da Terra, inclusive regiões habitadas.

Alguns especialistas dizem que esta será uma reentrada descontrolada, talvez a pior que já tivemos em toda a história. Outros ainda afirmam que o nível de estrago deve ser praticamente o mesmo causado por um pequeno avião quando cai acidentalmente.

Onde e quando deve cair?

Ainda é cedo para dizer qual será o trágico destino do objeto na Terra. Os cálculos baseados na inclinação orbital da Terra indicam que ele deve passar um pouco mais ao norte de Nova York, Madri e Beijing, e mais ao sul da região sul do Chile e de Wellington, na Nova Zelândia. Dentro desta área, o lixo espacial pode atingir qualquer lugar, inclusive o Brasil.

Mas calma, que ainda não é hora de se preocupar. De acordo com a BRAMON, Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros, a probabilidade de que ele atinja algum ponto dentro do Brasil é de apenas 4%. A grande expectativa é que ele atinja os oceanos, já que correspondem a praticamente 70% de toda superfície de nosso planeta.

Os cálculos realizados por especialistas apontam a data do dia 10 de maio, ao considerar a velocidade do módulo e a iminente perda de altitude a cada hora que passa.