Planners são agente de mudanças das marcas. Você já deve ter ouvido isso em muitos lugares, pois trata-se de uma grande verdade. Somos responsáveis por analisar a performance da marca como um todo! Se a GM está vendendo menos que a Volks cabe, não só a GM, mas a sua agência e equipe de planejamento ir a rua entender o que está acontecendo. Assim mudamos o rumo das marcas!

O rumo de uma marca é fundamental para o seu sucesso ou fracasso. Só se sabe como ela está indo se monitoramos e entendemos junto aos seus vários pilares de performance. Se está vendendo bem, vamos entender o porquê. Se não está vamos entender do mesmo jeito! Vendas é um, mas não o único, pilar a ser analisado. Confesso ser o mais importante, pois é ele quem paga as contas, mas não o único!

Outro dia eu dei uma aula e disse que devemos (planners) chocar! Devemos mostrar uma realidade que ninguém na empresa viu. Esse é o nosso papel! Cheguei a dizer que por mim, trabalharia de bermuda e camiseta todos os dias. Porque é preciso mostrar que regras foram feitas para serem quebradas. Só assim se mudam as coisas! Um planner que está de bermuda e camiseta é mais ou menos inteligente que um de calça social e camisa? Não! Mas o padrão construído limita a isso!

Paradigmas devem e são quebrados por pessoas. Há 15 anos atrás comprar pela Internet era coisa de filme do Spielberg. Se todos pensassem assim, ninguém teria arriscado. Algumas empresas arriscaram e hoje é a coisa mais comum do mundo. O cinema contava histórias bonitinhas e de cotidiano. Veio um “maluco” e colocou personagens de história em quadrinhos na tela! Sucesso! Disseram aos Beatles que músicas com uso de guitarra nunca seriam um sucesso. Você ri? Ok, mas tudo isso eram paradigmas. Foram quebrados porque alguém chocou o mundo com um produto planejado. Com planejamento.

Nós planners não podemos deixar as marcas na mesmice. Casas Bahia faz a mesma coisa sempre porque ela tem um padrão estabelecido. Suas propagandas ajudam a vender (opinião minha) muito mais pela mega exposição na mídia do que pela criatividade das peças. Mas Casas Bahia é assim. Veja se no online ela tem o mesmo sucesso que no offline. Não tem!

Sair da mesmice é pensar em outros meios de comunicação e impacto. É mostrar que se a marca não está no Twitter pode perder vendas e reputação. Apresentar o Mobile a clientes que não acreditam que um mercado de 250 milhões de aparelhos possa ser explorado.

Outro dia, numa reunião com cliente, eu ouvi: “Mas por que fazer ações no Facebook? As pessoas que estão ali já são nossos clientes” e na hora respondi “Porque segundo uma pesquisa, apenas 65% das pessoas que seguem as marcas já são clientes”. Não foi um choque de 220 volts, mas a ação foi aprovada. Apresentar números que comprovam suas ações sempre chocam, pois você mostra conhecimento e potencial de que aquela ação vai gerar resultados a marca.

Lembre-se planners. É preciso chocar, mostrar novos caminhos e novas formas de impacto, mas sempre com tudo bem embasado. Não entender mercado, concorrência, marca, tendências e principalmente pessoas seu choque pode não passar de um simples estalo.