Os sites de compras coletivas apareceram no Brasil no fim de 2009, bateu os 500 milhões de reais em vendas em 2010 e nesse início de 2011 já virou uma febre nacional com mais de 1000 sites deste tipo e uns outros 20 que reúnem todas as ofertas em um só. Descontos que chegam a 90% em determinados serviços, produtos a preço de custo, compras por impulso (só 24 horas para comprar) e a oportunidade para o consumidor de conhecer novos ambientes. É o negócio dos sonhos, pelo menos no papel.

Hoje para ter sucesso no e-marketing, é importante além do anúncio um bom retorno para o cliente, e esse retorno se dá em forma de qualidade, e as compras coletivas podem se chocar com essa qualidade se não for bem pensada.

No segundo semestre do ano passado, teve o que chamamos de ‘estouro de manada’, muitos sites de compras coletivas inauguraram. Todo dia tinha um novo. Para o investidor o modelo parecia muito simples e fácil de ganhar dinheiro, mas hoje cerca de 25% desses sites já fecharam. O que de certa forma acaba atrapalhando também o consumidor. Escolher um bom web site é apenas um dos fatores importantes para o sucesso da empresa que deseja divulgar a sua oferta, vamos aos fatos:


Tempo de Retorno


Muitas empresas criam ofertas visando um retorno imediato, e acabam confundindo o verdadeiro significado das compras coletivas. Comprei um voucher aqui em Brasília de um crepe, de 19,90 por 7,90, para mim um super desconto e para a creperia milhares de clientes. Sabendo que tinha vendido demais esperei uns dois meses para ir comer meu crepe, quando cheguei lá fui conversar com a dona do negócio ela me disse o seguinte: “dinheiro não dá não, encheu aqui e eu tive que colocar mais duas pessoas, mas não sobrou nada de dinheiro. Mas pelo menos os clientes começaram a voltar”, ou seja, ela tinha criado uma oferta esperando um retorno imediato, não tinha acreditado no poder de vendas da internet, mas felizmente conseguiu entender a tempo o objetivo. Se ela não tivesse tido condições de aumentar sua produção, certamente teria tido um problema bem maior.


Fluxo de Caixa


Se você pretende divulgar uma oferta porque está sem dinheiro, visando engordar o seu caixa, desista. Uma oferta para ser divulgada nos sites de compras coletivas, deve ter um valor muito atrativo para o cliente e o site que você escolher ainda vai levar uma porcentagem boa desse valor, o que significa que você provavelmente não vai tirar nem o preço de custo do produto / serviço. A empresa tem que ter condições de bancar muitos clientes sem nenhum lucro.


Como se beneficiar das compras coletivas?


Elas devem ser encaradas como um investimento em marketing, e como todo marketing o retorno vem após um tempo. Esteja preparado para uma grande demanda de clientes e para atendê-los com a melhor qualidade possível para que ele possa te indicar e voltar outras vezes, para aí sim você começar a colher os frutos do seu investimento.


O que falta?


Hoje todo mundo procura simplicidade e objetividade, como exemplo está aí o sucesso das ferramentas do Google. Para os sites de compra coletiva, faltam investimentos em programas de treinamento para os empresários/empresas que anunciam, como, por exemplo, os vídeos que ensinam a tirar o melhor proveito do AdWords e trás depoimentos de sucesso ou a Central de Vendedores do Mercado Livre, que tem uma verdadeira faculdade que ensina como vender da melhor maneira. Sem dúvidas aumentaria a demanda de empresários interessados em anunciar e diminuiria o número daquelas empresas que só anunciam uma vez e acabam denegrindo a imagem do próprio negócio por falta de instrução.

Uma pesquisa recente, revelou que os sites de compras coletivas são visitados por 10% dos internautas, um número enorme se pensarmos no pouco tempo de vida deles. Essa popularidade toda fez cair à qualidade no geral, porque existem milhares de sites desse tipo no Brasil vendendo arquivos baixados de internet, de pouca qualidade e até falsos, mas os bons e que souberam aproveitar o negócio crescem a cada dia. Cabe ao empresário se instruir antes de colocar o nome de sua empresa em qualquer site ou em um anúncio que pode acabar tendo o retorno inverso.