Uma das principais contribuições que a gerência de projetos trouxe foi a figura do Gerente do Projeto. A partir do momento em que as organizações adotaram esta prática, seus projetos passaram a ter  maiores chances de sucesso e ocorreu também um aumento no moral da equipe. Projetos, portanto, devem possuir um único gerente: ele é o principal responsável por conseguir levar o projeto até o encerramento com sucesso. Em caso de fracasso, é ele o principal responsável. Esta prática é bastante diferente daquela na qual um projeto é “tocado” por diversos gerentes. Quando as coisas vão mal, nunca se acha o responsável: sempre é o outro o responsável pelos problemas. Muitas empresas estatais brasileiras operam desta maneira.

No mundo moderno, onde ocorre uma verdadeira batalha entre empresas de software para lançarem seus produtos com prazo, custo e qualidade competitivos, a figura do gerente do projeto é estratégica. A aceitação desta nova prática e seus resultados positivos fizeram surgir nas empresas uma nova carreira, de profissionais competitivos . Visto ser o principal responsável pelo sucesso do projeto, torna-se necessário dar poder e autoridade a este profissional. Em muitas empresas que criaram esta carreira, os gerentes de projeto podem chegar a postos com status semelhante ao dos diretores.

O gerente do projeto, ao receber a designação de um novo projeto, elabora planos, monta uma equipe, administra e interage com pessoas. A situação ideal é aquela em que um Gerente de Projeto trabalha nesta função em tempo integral para um único projeto. Como isto nem sempre é possível, é comum um único gerente tocar simultaneamente diversos projetos. A pior situação é aquela em que o gerente do projeto acumula a função de gerenciar um projeto com alguma gerência funcional, visto que são atribuições bastantes diferentes e, certamente, a umas delas ele dedicará menor atenção.

Preferencialmente ele deve ser um elemento experiente e de fácil trânsito tanto na empresa executora como no cliente. Será graças à sua positiva participação que o projeto será planejado e executado com base em datas e custos realistas. A ausência deste elemento pode complicar perigosamente a execução de um projeto, aumentando prazos e custos, piorando a qualidade do produto e, até mesmo, podendo criar um ambiente de animosidade entre os setores executores do projeto ou com o cliente.

Durante o ciclo de vida de um projeto, o contato entre o gerente do projeto e seus clientes pode ser muito intenso. Ele pode necessitar, ainda, de outros setores da organização executora que não estejam diretamente sob seu controle, e deve interagir com diversos níveis da organização. Essa disparidade representa a grande diferença em relação às tradicionais práticas de administração, nas quais um gerente funcional atua quase que exclusivamente com seus subordinados, executando geralmente um serviço rotineiro e repetitivo, segundo regras tradicionais, conhecidas e respeitadas. Essa disparidade é a principal fonte de dificuldades para a efetiva administração do projeto. Para contornar o fato de não possuir autoridade à altura da responsabilidade, o gerente do projeto terá de lançar mão de sua capacidade de influência pessoal, além de ter um perfeito entendimento das responsabilidades da organização para com o seu projeto.

Executar projetos é uma característica de sobrevivência da empresa moderna. Saber executar projetos é uma necessidade marcante dos executivos. A existência de gerentes de projeto hábeis, experientes e bem treinados é vista, por uma seleta minoria de empresas no Brasil, como um importante diferencial na luta pela sobrevivência.