O engenheiro Manuel Cardoso, da Universidade Federal de Manaus, e pesquisadores da Fundação Paulo Feitoza desenvolveram o ‘software’, que funciona com cabos parecidos com os utilizados em eletrocardiogramas, presos ao redor dos olhos. O software foi apresentado na Feira Internacional da Amazônia, como amostra da capacidade da ciência e tecnologia brasileira em um mercado dominado por multinacionais estrangeiras.

Os eletrodos lêem os sinais elétricos enviados pelos músculos que se movimentam ao redor dos olhos, e através desses sinais o cursor desliza por um teclado virtual na tela do computador. Um piscar de olhos equivale a um clique.

O software, que custa aproximadamente 200 reais, poderia abrir um novo caminho a uns 4 milhões de brasileiros tetraplégicos, com doença degenerativas ou que sofrem de distrofia muscular entre outros tipos de pessoas que por algum fator não podem utilizar o computador normalmente, dependendo de atenção e equipamento especial.

Os desenvolvedores disseram que o software já está 100% concluído, pronto para ser produzido em série. Porém, a falta de uma permissão da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está prejudicando o início da produção, uma vez que a legislação brasileira não o vê como um software e sim como um aparato destinado à saúde.

O projeto teve um custo de uns 6 milhões de reais e foi financiado por varias empresas do Distrito Industrial de Manaus. Mesmo tendo um custo alto durante o seu desenvolvimento e período de pesquisa, existe a intenção de uma parceria entre a Fundação Paulo Feitoza e o Governo Federal para que o software seja distribuído gratuitamente no mercado brasileiro através do SUS (Sistema Único de Saúde).