O FBI, após várias tentativas frustradas de solicitar à Apple a quebra de sigilo do iPhone do terrorista Syed Farook, de San Bernardino, acabou encontrando um meio de acesso através de uma ferramenta de hack. A Apple, após isso, foi em busca de informações sobre o funcionamento de tal ferramenta e ainda sobre a vulnerabilidade explorada.
O processo foi classificado pelo bureau como secreto, e as tentativas do Associated Press, USA Today e Vice News de revelar a ferramenta usada na ocasião também falhou.
A juíza Tanya Chutkan, que negou o pedido em uma sentença emitida em 30 de setembro, diz que os riscos envolvidos em nomear a empresa que forneceu a ferramenta, bem como o valor pago, são muito sérios para atender o pedido da Lei de Liberdade de Informação.
A divulgação faria com que a empresa se tornasse alvo de retaliação, que poderia acontecer através de hacks e exploits, e que muito provavelmente ela não conseguiria resistir, conforme Chutkan. Para completar, revelar o valor seria um recado para os "adversários" sobre a prontidão com que o FBI pode usar a ferramenta no futuro.
A magistrada ainda recusou o argumento de que a citação do ex-diretor do FBI, James Comey, sobre ter um preço "muito alto" se equipara a uma divulgação oficial que solicita uma versão mais ampla. Conforme a decisão, a informação precisava ser mais específica.
Para completar, mesmo que Comey tenha falado que a ferramenta só era válida em um iPhone 5c executando o iOS 9, o FBI poderia, em teoria, solicitar ao desenvolvedor que criasse uma implementação para conseguir expandir o seu uso para outros modelos. Assim, a juíza acredita que se o vendedor for exposto, isso poderia "prejudicar os futuros esforços do FBI para proteger a segurança nacional".
Quem defende a privacidade diz que o FBI tendo esse poder pode representar um risco à liberdade de expressão. Ainda sem o conhecimento da brecha explorada, a Apple não possui a capacidade de proteger os usuários de outros ataques.
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