Ao que parece, recentemente cientistas australianos identificaram como o sistema imunológico das pessoas combate o Coronavírus (COVID-19). A pesquisa que mostra como a população infectada pela enfermidade se recuperou, foi publicada no início da semana, na revista Nature Medicine. Globalmente já são mais de 191 mil casos conformados do vírus e mais de 7800 mortes.

De acordo com a coautora da pesquisa realizada no Instituto Peter Doherty, Prof. Katherine Kedzierska:

"Essa [descoberta] é importante porque é a primeira vez que estamos realmente entendendo como nosso sistema imunológico luta contra novos coronavírus."

O que foi descoberto?

Diversas pessoas conseguiram se recuperar do Coronavírus, ou seja, o nosso sistema imunológico, se saudável, é capaz de combater com sucesso o vírus. Entretanto, ainda não se sabia como isso ocorria. Porém, pela primeira vez, a pesquisa de cientistas do Instituto australiano Peter Doherty conseguiu identificar quatro células do sistema imune que colaboraram para combater o COVID-19.

A paciente analisada foi uma mulher chinesa que teve um caso leve a moderado do vírus, sem nenhum problema de saúde anterior. Ela se apresentou em um hospital na Austrália e após 14 dias, conseguiu se recuperar. Katherine disse à BBC que analisou de forma ampla "toda a amplitude da resposta imune" na paciente.

Exames de tórax mostraram os pulmões do paciente se limpando após o surgimento de células. Fonte: TheDohertyInst
Exames de tórax mostraram os pulmões do paciente se limpando após o surgimento de células. Fonte: TheDohertyInst

Antes da paciente chinesa ter alta, mais especificamente 3 dias antes, células especificas foram detectadas em sua corrente sanguínea. De acordo com a cientista, estas mesmas células estão presentes durante a recuperação de uma gripe. Katherine disse à BBC:

"Ficamos muito empolgados com nossos resultados - e com o fato de podermos realmente capturar o surgimento de células imunes no paciente infectado antes da melhora clínica."

De acordo com a pesquisadora, mais de meia dúzia de cientistas trabalharam nesta pesquisa para conseguir entregar a análise com agilidade.

Como a descoberta pode ajudar?

De acordo com o reitor de ciências da saúde da Universidade de Tecnologia de Swinburne, professor Bruce Thompson:

"Identificar quando as células imunológicas entram em ação pode ajudar a "prever o curso do vírus". Quando você sabe quando as várias respostas ocorrem, é possível prever onde está a recuperação do vírus."

Além disto, segundo o ministro da saúde da Austrália, Greg Hun, essa descoberta poderá colaborar para "agilizar" a criação da vacina para o vírus, além de possíveis tratamentos para pessoas que foram infectadas pelo COVID-19.

De acordo com Katherine, o próximo passo da pesquisa é conseguir determinar por que a resposta de algumas pessoas é mais fraca, analisando os piores casos. Segundo a cientista:

"É realmente fundamental agora entender o que está faltando ou é diferente nos pacientes que morreram ou que têm doenças realmente graves - para que possamos entender como protegê-los."

No início do ano o Instituto Peter Doherty foi o primeiro a conseguir recriar o vírus fora da China. Após essa descoberta, o centro de estudos e pesquisas recebeu financiamento adicional do governo australiano, além de doações de empresas e do bilionário chinês Jack Ma. Confira abaixo o vídeo da cultura de Coronavírus recriada fora do território chinês:

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