Em Pequim, China, o Dr. Ling Zhipei realizou uma cirurgia cerebral, como o de costume, mas ele não estava com o paciente. Com um neuroestimulador implantado no cérebro, ele manipulou instrumentos a partir do Hospital Geral do Exército Chinês, PLAGH, realizando um procedimento robótico em um paciente a mais de 3.000km de distância, na ilha Hainan. A cirurgia ocorreu no dia 16 de março deste ano.

Não foi a primeira cirurgia robótica realizada no mundo, mas é memorável noticiá-la aqui porque foi a primeira cirurgia robótica a distância, via rede 5G. Qualquer outro tipo de rede, como 4G ou conexões comuns causariam um risco enorme ao paciente pela latência de rede, ou seja, a taxa de resposta a uma ação realizada a partir do hospital para o que efetivamente está acontecendo na sala cirúrgica. Uma questão de fragmentos de segundos podem gerar imprecisão cirúrgica, impedindo o neurocirurgião de efetivamente responder propriamente. Mas, com a rede 5G, a latência foi quase nula, segundo o doutor, mal se sentiu a distância.

Cirurgia robótica

O procedimento durou cerca de três horas, foi um sucesso e o paciente que sofre de Mal de Parkinson se sentiu bem pouco tempo após a operação. A tecnologia usada pertence a gigante chinesa Huawei, que conectou o doutor com o paciente.

Esse tipo de avanço tecnológico pode permitir maior acessibilidade a procedimentos cirúrgicos e assistência emergencial que requisita de alto conhecimento médico às regiões mais remotas do mundo, já que o médico pode estar a milhares de quilômetros de distância e muitos pacientes não conseguem viajar ou esperar um tamanho tempo de deslocamento para ser operado. É uma tecnologia que vai permitir, ao longo dos anos, uma maior democratização do acesso à saúde com o devido investimento científico. Outra aplicação seria em zonas de guerra, garantindo a segurança do pessoal médico e unificando profissionais do mundo todo em uma zona crítica, com alta taxa de requerimento emergencial cirúrgico.