Durante a submissão ao FDA (Food and Drug Administration) do Apple Watch, a Apple reconheceu que seu smartwatch não consegue detectar AFiB (Atrial fibrillation ou Fibrilação atrial) quando a medição da frequência cardíaca ultrapassa os 120bpm (batimentos por minuto). Em um recente relatório foi detectado que o dispositivo apresenta falha para detectar a condição, onde há erro variando de trinta a sessenta por cento das medições feitas. A AF ocorre quando a frequência cardíaca é irregular (fica oscilando) ou quando o batimento fica acelerado, causando má circulação do sangue.

A Apple na maioria das vezes sempre ter o cuidado de deixar claro as limitações do relógio para detectar AFib. O site Fortune inclusive citou isso:

"A Apple […] indica abertamente que seu smartwatch "não está constantemente procurando AFib" e que "pessoas com AFib podem não receber uma notificação"."

Entretanto, o Fortune diz que a incapacidade do relógio de detectar AFib ocorre quando a frequência cardíaca do usuário ultrapassa os 120bpm.

"O AFib normalmente tem uma frequência cardíaca de 100 a 175 batimentos por minuto (bpm), de acordo com a Clínica Mayo. Em 2015, um estudo publicado no Annals of Medicine descobriu que em uma coorte de 2.821 pacientes com AFib de início recente, a frequência cardíaca média foi de 109 bpm. Mas, de acordo com o estudo, cerca de um terço dos pacientes tinham uma frequência cardíaca acima de 120. Além disso, alguns desses pacientes estavam recebendo betabloqueadores, uma terapia medicamentosa comumente usada para controlar a taxa rápida e os sintomas do AFib. Como os betabloqueadores causam uma diminuição direta na frequência cardíaca, essa população de pacientes pode ter uma frequência cardíaca mais lenta do que seria típico para um grupo de pacientes não tratados, resultando em uma subestimação das verdadeiras frequências cardíacas de AFib para uma população maior.

Em outro estudo clínico recente publicado na Circulation, os pesquisadores examinaram a capacidade do Apple Watch de detectar AFib em um grupo de pacientes pós-cirurgia cardíaca, uma complicação comum após esse procedimento. O estudo constatou que o Apple Watch detectou a anormalidade em apenas 34 de 90 casos - uma precisão de apenas 41%."

Um estudo mostra que o Apple Watch não é capaz de detectar o AFib em um terço dos casos. O outro estudo mostra que a taxa de falhas pode chegar a 59%.

O problema desta limitação, é devido a possibilidade de que a pessoa crie uma falsa sensação de segurança. Corre o risco de o usuário suspeitar que possa ter um problema, mas ficar tranquilo se o Apple Watch não acusar nada.

A Apple decidiu não ter o seu smartwatch certificado pelo FDA para detectar AFib acima de 120bps.

Enfim, se você suspeita que possa ter algum problema de batimento cardíaco acelerado ou batimento irregular, consulte um médico, não espere o Apple Watch acusar algo.

Fonte: 9to5mac