O Brasil está prestes a viver uma na forma de assistir TV. A chegada do DTV+, também conhecido como TV 3.0, promete unir o alcance gratuito da televisão aberta com a interatividade da internet, criando uma experiência mais personalizada.

As primeiras transmissões do novo padrão estão previstas para 2026, começando pelas capitais São Paulo e Rio de Janeiro, com expansão gradual para o restante do país. O lançamento oficial deve coincidir com a Copa do Mundo, aproveitando o evento para apresentar o novo formato de transmissão ao público.

Qualidade de imagem na TV aberta

A principal mudança está na qualidade técnica. A TV 3.0 permitirá transmissões em 4K e até 8K, com definição até 16 vezes maior que o Full HD atual. A tecnologia ainda traz suporte a HDR, com contraste mais realista entre áreas claras e escuras, e fluidez aprimorada, com taxa de 60 quadros por segundo.

O áudio também será aprimorado, com som imersivo de até 10 canais, semelhante ao que se encontra em salas de cinema. O resultado será uma experiência visual e sonora muito superior, mesmo nas transmissões gratuitas.

Navegação moderna e personalizada

Navegação por apps, similar as TVs smarts de hoje
Navegação por apps, similar as TVs smarts de hoje

Com o novo sistema, os tradicionais números dos canais deixarão de existir. A navegação será feita por meio de ícones e aplicativos, parecida com plataformas de streaming como Netflix ou Globoplay.

Na tela inicial da TV, o usuário encontrará um catálogo visual de emissoras, e o botão DTV+ estará presente no controle remoto, facilitando o acesso. Essa mudança simplifica a navegação e aproxima a TV aberta da experiência digital que o público já conhece.

Interatividade e novas possibilidades

A TV 3.0 integra a conectividade e a interatividade ao centro da experiência televisiva, transformando a relação entre conteúdo e audiência. O telespectador poderá participar ativamente do que assiste, graças à integração do sinal aberto com as possibilidades da internet.

As novas funcionalidades que afetam diretamente o público incluem:

  • Votação e Opinião em Tempo Real: O conceito de Social TV permitirá ao público interagir e opinar em tempo real. Será possível votar em reality shows enquanto eles estão sendo exibidos.
  • Conteúdo Personalizado: O telespectador poderá escolher diferentes ângulos de câmeras (em uma partida de futebol ou em um reality show), escolher narradores ou som ambiente, e acessar informações personalizadas como trânsito, clima e estatísticas.
  • Compras Diretas pela TV: A publicidade se tornará integrada. Produtos exibidos em comerciais ou na programação poderão ser comprados diretamente pelo controle remoto.
  • Acesso a Conteúdos Extras: Será possível acessar conteúdos sob demanda, como séries ou jogos anteriores.

A publicidade também mudará completamente. Os anúncios poderão ser personalizados por perfil, localização e interesse, permitindo campanhas segmentadas e mais eficazes. O sinal aberto continuará gratuito, mas os recursos interativos dependerão de conexão à internet.

Alerta de emergência e serviços públicos

Além do entretenimento, a TV 3.0 terá um papel social importante. O novo sistema permitirá o envio de alertas de emergência em tempo real, como avisos sobre enchentes, deslizamentos ou tempestades, mesmo sem internet.

Outro destaque é a integração com a Plataforma de Governo Digital, que reunirá mais de 12 mil serviços públicos. Será possível consultar informações, emitir documentos e acessar programas sociais diretamente pela televisão.

Tecnologia brasileira na TV 3.0

O Brasil tem participação direta no desenvolvimento do novo padrão. Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) criaram a linguagem NCL 4.0, que servirá como base para os aplicativos interativos da TV 3.0.

Essa tecnologia permitirá comandos por voz e gestos, integração com o celular e até personalização para cada membro da família.

Equipamentos e acesso

Quem quiser aproveitar todos os recursos precisará de uma TV compatível ou de um conversor DTV+, que deve custar entre R$ 300 e R$ 350. As fabricantes serão obrigadas a incluir antenas integradas, e o governo estuda um programa de subsídio para famílias de baixa renda, garantindo o acesso ao novo sinal.

A transição será gradual e deve levar até 15 anos, período em que os dois padrões (atual e novo) funcionarão juntos.

No entanto, o uso da TV 3.0 depende da conectividade à internet. Sem ela, a TV entregará apenas a melhor qualidade de imagem e som, mas não os atributos de interatividade e hipersegmentação. Dados de 2024 mostram que ainda há mais de 5 milhões de lares brasileiros sem acesso à internet, sendo o alto custo do serviço um dos principais motivos.

As TVs smart, fabricadas há alguns anos já estarão aptas a operar com a nova tecnologia.

O futuro da TV no Brasil

Mesmo com o crescimento dos streamings, a TV aberta ainda representa 70% do consumo de vídeo no país, alcançando 94% dos municípios brasileiros. A TV 3.0 nasce para fortalecer esse protagonismo, combinando o alcance da radiodifusão com a inteligência da internet.

Com o decreto assinado em 2025 e as primeiras transmissões previstas para 2026, o Brasil se tornará o primeiro país da América Latina a adotar oficialmente esse padrão.

Assista o último review de TV que fizemos:

Fontes: Agência Brasil, Set.org